São Paulo, terça-feira, 22 de janeiro de 2008

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Projeto sobre publicidade vai enfrentar "fila"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Lula garantiu ontem uma vitória ao lobby contrário a restrições à propaganda de cervejas ao decidir encaminhar ao Congresso sob forma de projeto de lei a proposta que considera bebidas alcóolicas aquelas com mais de 0,5% de álcool.
O projeto será o 143º de uma fila de propostas sobre o tema que se arrasta na Câmara há mais de uma década e tem chances quase nulas de aprovação. O deputado Sandes Júnior (PP-GO), último relator da matéria, confirma: "A cerveja é um dos principais anunciantes do país, é muito difícil isso passar".
Atualmente, a lei proíbe a veiculação no rádio e na televisão das 6h às 21h de propaganda de bebidas com mais de 13 graus de teor alcoólico. Ou seja, cerveja não é considerada bebida alcoólica para efeito de publicidade.
A regra foi criticada por um grupo de trabalho criado por Lula em 2003. O aumento de consumo de álcool -sobretudo entre jovens e associado a acidentes de trânsito- foi tratado como problema de saúde pública.
No ano passado, como resultado do trabalho, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) fechou o texto de uma resolução que proibia a veiculação de propaganda durante o dia também de cervejas, além de impor a circulação de frases de advertência na publicidade. Em maio, Lula assinou decreto classificando como alcóolicas bebidas com mais de 0,5% de álcool.
Mas a indústria de cervejas, que fatura mais de R$ 20 bilhões no país, se opôs à mudança e associou-se a representantes do mercado publicitário. Por mais de seis meses, acumularam-se recuos dentro do governo até Lula optar, agora, pelo caminho de menos conflito.


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