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Português é morto a tiros por ladrões na porta de casa
O representante comercial Mário de Almeida, 60, foi atacado na Penha (zona leste), na madrugada de ontem
De acordo com a polícia, os assaltantes fugiram com o carro da vítima, que foi encontrado horas depois em outro bairro, abandonado
DA REPORTAGEM LOCAL
O representante comercial
de nacionalidade portuguesa
Mário Alexandre Carvalhal de
Almeida, 60, foi assassinado
quando chegava em sua casa na
Penha, na zona leste de São
Paulo. A Polícia Civil suspeita
que a motivação do crime foi
uma tentativa de assalto.
Almeida trabalhava em uma
empresa que vende produtos
de couro na Penha e morava
com a família em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Cansado de fazer o percurso de casa
para o trabalho diariamente,
decidiu alugar um imóvel em
parceria com um colega na rua
Dona Joaquina Santana.
Ontem, seria a segunda noite
que ele passaria na nova residência. Quando chegava de carro por volta da 1h, foi abordado
por dois criminosos armados e
assassinado a tiros.
Segundo a Polícia Civil, os assaltantes fugiram com o veículo
Kia Sportage da vítima. Almeida foi socorrido por policiais
militares e levado a um hospital
da região, mas morreu enquanto recebia atendimento.
O carro roubado foi encontrado horas depois abandonado
no bairro de AE Carvalho, também na zona leste.
"O meu pai não reagiria a um
assalto, entregaria tudo aos criminosos. Ele lutou na guerra de
independência de Angola e sabia se virar numa situação dessas. Não entendo como ele passou por tudo naquela guerra e
foi morrer aqui desse jeito",
disse a advogada Nali Almeida,
34, filha da vítima.
Ela e o pai nasceram em Angola e têm cidadania portuguesa. Vieram para o Brasil na década de 70, fugindo do conflito.
Segundo o marido de Nali,
Rogério Suares Bizerra, 36, a
família não descarta a hipótese
de latrocínio -roubo seguido
de morte-, mas também desconfia que possa ter sido um
crime encomendado.
A polícia ouviu ontem o colega de trabalho que dividia a casa com Almeida para tentar obter mais informações sobre as
circunstâncias do crime, mas
ele estava fora quando o representante comercial foi atacado.
IML
A família da vítima se revoltou ao saber que não poderia
adiar o enterro para esperar a
chegada de uma das quatro filhas de Almeida, que mora em
Londres. Eles foram informados por uma atendente do IML
(Instituto Médico Legal) Leste
que o enterro deveria ser às 9h
de hoje, pois uma das geladeiras do instituto havia quebrado
e o corpo não poderia ficar armazenado até o meio-dia.
A Secretaria da Segurança informou que o problema na câmara fria do IML foi pontual e
já foi consertado. A funcionária
que atendeu a família foi identificada e "responderá administrativamente pelo equívoco",
segundo a secretaria.
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