São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Português é morto a tiros por ladrões na porta de casa

O representante comercial Mário de Almeida, 60, foi atacado na Penha (zona leste), na madrugada de ontem

De acordo com a polícia, os assaltantes fugiram com o carro da vítima, que foi encontrado horas depois em outro bairro, abandonado


DA REPORTAGEM LOCAL

O representante comercial de nacionalidade portuguesa Mário Alexandre Carvalhal de Almeida, 60, foi assassinado quando chegava em sua casa na Penha, na zona leste de São Paulo. A Polícia Civil suspeita que a motivação do crime foi uma tentativa de assalto.
Almeida trabalhava em uma empresa que vende produtos de couro na Penha e morava com a família em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Cansado de fazer o percurso de casa para o trabalho diariamente, decidiu alugar um imóvel em parceria com um colega na rua Dona Joaquina Santana.
Ontem, seria a segunda noite que ele passaria na nova residência. Quando chegava de carro por volta da 1h, foi abordado por dois criminosos armados e assassinado a tiros.
Segundo a Polícia Civil, os assaltantes fugiram com o veículo Kia Sportage da vítima. Almeida foi socorrido por policiais militares e levado a um hospital da região, mas morreu enquanto recebia atendimento.
O carro roubado foi encontrado horas depois abandonado no bairro de AE Carvalho, também na zona leste.
"O meu pai não reagiria a um assalto, entregaria tudo aos criminosos. Ele lutou na guerra de independência de Angola e sabia se virar numa situação dessas. Não entendo como ele passou por tudo naquela guerra e foi morrer aqui desse jeito", disse a advogada Nali Almeida, 34, filha da vítima.
Ela e o pai nasceram em Angola e têm cidadania portuguesa. Vieram para o Brasil na década de 70, fugindo do conflito.
Segundo o marido de Nali, Rogério Suares Bizerra, 36, a família não descarta a hipótese de latrocínio -roubo seguido de morte-, mas também desconfia que possa ter sido um crime encomendado.
A polícia ouviu ontem o colega de trabalho que dividia a casa com Almeida para tentar obter mais informações sobre as circunstâncias do crime, mas ele estava fora quando o representante comercial foi atacado.

IML
A família da vítima se revoltou ao saber que não poderia adiar o enterro para esperar a chegada de uma das quatro filhas de Almeida, que mora em Londres. Eles foram informados por uma atendente do IML (Instituto Médico Legal) Leste que o enterro deveria ser às 9h de hoje, pois uma das geladeiras do instituto havia quebrado e o corpo não poderia ficar armazenado até o meio-dia.
A Secretaria da Segurança informou que o problema na câmara fria do IML foi pontual e já foi consertado. A funcionária que atendeu a família foi identificada e "responderá administrativamente pelo equívoco", segundo a secretaria.


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