São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2004

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CARNAVAL

Gaviões da Fiel, a escola mais prejudicada, perdeu oito pontos por um carro quebrado e por estourar o limite de 65 minutos

Atrasos e acidentes ofuscam primeiro desfile

DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro desfile do Carnaval de São Paulo, que começou na sexta-feira à noite, foi marcado por dificuldades com a evolução, atrasos, carros quebrados, ultrapassagem do tempo máximo de desfile, punições e pessoas feridas. Com cinco minutos a menos para cruzar o sambódromo, a maioria das escolas tropeçou em problemas ao desfilar.
A mais prejudicada foi a Gaviões da Fiel, que, apesar de ter levantado o público, terminou a apresentação em 70 minutos, e não em 65, como manda a nova regra. A escola perdeu oito pontos e já pode abandonar o sonho do tricampeonato (ela foi campeã em 2002 e no ano passado).
Depois do recuo da bateria, o último carro da Gaviões ficou desgovernado e bateu na grade de segurança, derrubando uma caixa de som e ferindo uma pessoa.
O carro alegórico perdeu o controle novamente quando chegava à dispersão, destruiu parcialmente o portão, derrubou o cronômetro e só parou quando atingiu um poste. Na confusão, mais três pessoas ficaram feridas -uma delas teve os dedos do pé esmagados.
Mas a escola não foi a única a ter contratempos. Unidos do Peruche, Acadêmicos do Tatuapé, Camisa Verde e Branco e Unidos de Vila Maria tiveram falhas na evolução, com buracos entre alas e carros. O desfile se estendeu até as 8h15, ultrapassando em mais de uma hora a previsão inicial.
Com a missão de falar da cidade, por conta de seus 450 anos, várias escolas apostaram no tema gastronomia. Dois ingredientes apareceram em diversos carros alegóricos e fantasias: pães, uma referência à necessidade de matar a fome de muitos paulistanos, e café, produto fundamental para alavancar a riqueza da cidade.
As referências gastronômicas começaram na concentração dos componentes da escola Águia de Ouro, à qual dom Mauro Morelli, bispo de Duque de Caxias (RJ) e integrante do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (que dá as diretrizes do Fome Zero), compareceu para abençoar os pães que seriam carregados pelas baianas da escola, cujo enredo falava da culinária paulistana.
Na Gaviões, um carro tinha aparelhos que espalharam aroma de café e que "acordaram" a platéia, que não parou de agitar as 10 mil bandeiras distribuídas pela agremiação. A X-9 Paulistana levava "pão" até no nome do enredo, que, mais uma vez, falava das influências gastronômicas recebidas pela cidade. (ALENCAR IZIDORO, AMARÍLIS LAGE, MARIANA VIVEIROS E SIMONE IWASSO)


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