No "maior bloco do mundo", foliões criticaram a política nacional e lembraram Saddam Hussein, ao som de 30 trios elétricos

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A crise no governo Lula virou fantasia nas mãos de foliões que participaram ontem do 27º desfile do Galo da Madrugada, maior bloco carnavalesco do mundo, segundo o "Guinness Book", o livro dos recordes. De acordo com a Polícia Militar, o bloco reuniu pelo menos 1 milhão de pessoas.
Inspirado no anúncio da substituição do avião presidencial, o corretor de imóveis Osvaldo Costa, 48, participou da festa com o minibloco "Lulinhas aéreas e seus programas sociais".
Dentro de uma alegoria que lembrava um avião, Costa e seu grupo ironizaram ainda os churrascos na Granja do Torto e as partidas de futebol disputadas pelo presidente e seus ministros.
"Trocamos o "sucatão" com o 1% de comissão do Waldomiro Diniz", disse o corretor, fantasiado de Lula, lembrando as denúncias de corrupção envolvendo o ex-assessor do Planalto.
No Carnaval passado o mesmo grupo homenageara o então recém-empossado presidente com uma alegoria que lembrava a trajetória de Lula.
Além da política, foram lembradas no desfile a prisão do ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, e a gripe do frango.
O bloco saiu de sua concentração, em frente ao Forte das Cinco Pontas, às 10h, mas desde a madrugada era grande a movimentação no local, com a chegada de foliões e dos carros de animação.
Na apoteose, quatro quilômetros ao norte, uma multidão aguardava desde cedo a passagem do Galo acompanhando shows no palco montado na cabeceira da ponte Duarte Coelho.
O desfile do Galo da Madrugada prosseguiria até as 17h, animado por 30 trios elétricos orientados a tocar apenas frevo.


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