São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

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EFEITO VIOXX

Agência altera bula e inclui novos riscos

DA REPORTAGEM LOCAL

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informou ontem que vai modificar as bulas dos antiinflamatórios da classe dos inibidores de COX-2 para acrescentar novos riscos. O órgão vai ainda avaliar recomendações que recebeu recentemente de um órgão consultivo, a Cateme (Câmara Técnica de Medicamentos).
A câmara considerou que esses remédios são eficazes, mas que seu uso por crianças e cardíacos não é recomendado.
São eficazes, segundo a Cateme, o Celebra (celecoxibe), o Arcoxia (etoricoxibe), o Prexige (lumiracoxibe), o Bextra (parecoxibe) e o Vioxx (rofecoxibe). Este último, no entanto, já foi retirado voluntariamente do mercado por seu fabricante, a Merck, em setembro passado, por risco de causar problemas cardiovasculares.
A classe dos inibidores do COX-2 foi introduzida no fim dos anos 90 como alternativa a antiinflamatórios tradicionais. Sua vantagem, diziam os fabricantes, era a menor possibilidade de causar efeitos gastrointestinais.
"O uso de coxibes [os inibidores de COX-2] deve ser considerado somente para pacientes com significante risco aumentado de sangramento gastrintestinal e sem risco simultâneo de doença cardiovascular", diz recomendação da Cateme.
Segundo a câmara, as drogas são contra-indicadas, por exemplo, para quem estiver utilizando ácido acetilsalicílico no tratamento ou prevenção de problemas circulatórios.
A Cateme pediu ainda a exclusão da indicação do Celebra para a prevenção de uma doença chamada polipose adenomatosa familiar e contra-indicou o Bextra para pessoas que realizaram ponte de safena.
As doses de Celebra, disse ainda a câmara, não devem ser superiores a 400 mg.
A Pfizer, fabricante do Celebra e do Bextra, informou que a maioria dos pacientes já não usa essas dosagens. A empresa defendeu o uso da droga contra polipose adenomatosa familiar, "uma doença rara e para a qual não existe outro tratamento". De acordo com a Pfizer, o veto ao uso de Bextra para quem tem ponte de safena já consta da bula do medicamento.


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