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EDUCAÇÃO IMPROVISADA
Escola com 240 alunos em Ribeirão Preto passa por reforma até junho
Quadra vira sala de aula no interior
JULIANA COISSI
DA FOLHA RIBEIRÃO
Cerca de 240 alunos de segunda, terceira e quarta séries da escola municipal Alfeu Gasparini,
de Ribeirão Preto (314 km de
SP), estão tendo aulas em salas
improvisadas em uma quadra de
esportes, coberta por zinco. As
salas são separadas apenas por
biombos de madeirite. Sem teto,
as salas não têm proteção acústica nem barreira contra o vento.
As salas na quadra foram erguidas por funcionários da prefeitura no último final de semana
e devem ser usadas enquanto a
escola estiver em reforma, prevista para acabar em junho.
As crianças reclamam que o
barulho vindo das outras salas
impede que entendam o que as
professoras dizem. Ontem, durante temporal que atingiu a cidade, a Folha ouviu os gritos de
alunos dentro das salas, assustados com os trovões.
"Tem vezes que eu não ouço [a
professora], porque as crianças
das outras salas gritam", conta
Jéssica Carolina Barbosa, 9.
Ripas de madeira sustentam
lâmpadas (já que a quadra é escura) e três ventiladores. Os aparelhos, porém, não são suficientes para impedir o calor.
"Fica muito quente. Os ventiladores tinham que ficar um pouco mais para baixo", diz Gabriela
Martins, 8, da 3ª série.
A quadra está sem telas para
proteção no entorno e não é incomum bolas das aulas de educação física nas quadras vizinhas
irem parar na porta das salas. A
direção disse que até o final da
semana as telas serão afixadas.
O almoço das crianças também foi improvisado pela reforma. Avó de dois alunos, a auxiliar de enfermagem Maria de Fátima Francisco da Silva, 44, reclama que as crianças estão sem almoço. "Isso não é justo e as aulas
nas quadras são um absurdo."
Por causa da reforma na cozinha, a refeição das 11h30, que deveria ter arroz, feijão e mistura,
foi suspensa e substituída por
pão com carne até o final das
obras no local.
O promotor Marcelo Pedroso
Goulart disse ontem à Folha que
vai visitar a escola. O vereador
Leopoldo Paulino (PSB) encaminhou uma representação à Câmara denunciando o improviso.
O prefeito Welson Gasparini
(PSDB) disse que os improvisos
são "inconvenientes", mas o prêmio virá após a reforma.
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