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Era uma gritaria, o pessoal correndo, diz sobrevivente
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O professor Ruberval Almeida Lemos, 42, pagou R$
90 para ir a Manaus (AM) na
embarcação "Almirante
Monteiro", que naufragou
anteontem.
Ele embarcou em Monte
Alegre, no Pará. "Vim para
Manaus em busca de trabalho, de uma nova oportunidade", disse o professor à
Folha, por telefone.
Lemos estava em uma rede no segundo convés quando o acidente aconteceu.
Sentiu o choque da colisão, e
o barco foi tomado pelas
águas barrentas do Amazonas. Perdeu documentos,
roupas e dinheiro.
"Era uma gritaria, o pessoal correndo. Só vi quando
o barco já estava afundando.
Senti uma grande angústia,
não deu tempo de pegar o colete [salva-vidas], as águas
me jogaram na parede. Peguei em um pedaço de madeira e subi para a proa. Ajudei uma mulher a subir também", disse.
Lemos disse que, após ser
resgatado, ainda na vila Novo Remanso, ligou para um
primo em Manaus e avisou
sobre o acidente.
Com outros três sobreviventes do naufrágio, dividiu
um táxi até a capital do Amazonas, onde chegou por volta
das 16h (17h pelo horário de
Brasília).
A Capitania Fluvial da
Amazônia Ocidental estima
que 30 mil embarcações de
madeira de transporte de
passageiros, também conhecidas como barco-recreio ou
gaiolas, trafeguem pelos rios
da bacia amazônica.
A embarcação é o principal meio de transporte para
ribeirinhos, já que não há ligação por terra entre muitos
trechos. Nesses barcos, as
pessoas dormem em redes
durante as viagens, que chegam a durar vários dias.
Considerado de grande
proporção, o acidente com o
"Almirante Monteiro" é o
primeiro registrado na região desde 2005, quando
uma colisão entre um barco
e duas balsas matou 16 pessoas, também no rio Amazonas, em Urucurituba (285
km de Manaus).
(KB)
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