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Em dez anos, triplicam no país colisões entre aeronaves e pássaros
Em 2010, foram registrados 964 incidentes desse tipo; em 2000, eram 310 ocorrências
DE BRASÍLIA
Nos últimos dez anos, triplicou o número de colisões
entre aeronaves e pássaros
registradas no Brasil.
Em 2010, segundo dados
preliminares do Cenipa (Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos), houve 964 incidentes
entre aeronaves e pássaros.
Em 2000, foram registrados 310 incidentes do tipo.
O Aeroporto Internacional
de Viracopos, em Campinas
(SP), teve o maior número de
incidentes: foram 54 colisões
no total. Em 2009, o campeão
foi o Aeroporto Internacional
do Galeão, no Rio, com 93.
"É um número alto, mas
também é preciso considerar
que a quantidade de voos
vem aumentando no Brasil.
Logicamente que as chances
de colisão também aumentam", afirma Ronaldo Jenkins, diretor técnico do Snea
(Sindicato Nacional de Empresas Aeroviárias).
A maioria dos incidentes
ocorre durante o pouso ou a
decolagem dos aviões.
Especialistas alertam para
a importância do cumprimento da resolução que restringe a ocupação nas áreas
no entorno dos aeroportos.
Segundo Adyr da Silva, ex-presidente da Infraero e professor do Centro de Formação em Transportes e Recursos Humanos da UnB (Universidade de Brasília), o problema reflete o descumprimento das políticas públicas.
"Se as autoridades urbanas tomassem conta de cumprir a legislação, esse número seria bem pequeno. É inacreditável o estrago que um
pássaro pode fazer num
avião", afirma Silva.
QUERO-QUERO
Um dos casos mais notórios de colisão entre aeronaves e pássaros ocorreu há
dois anos nos Estados Unidos, quando o piloto precisou fazer um pouso forçado
no Rio Hudson, em Nova
York, pouco depois da decolagem. "Os pássaros entupiram a entrada de ar do motor,
e ele ficou sem potência",
lembra o professor da UnB.
No Brasil, o quero-quero é
o pássaro com maior registro
de incidentes, seguido por
urubus.
(FLÁVIA FOREQUE)
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