DA FOLHA CAMPINAS
DO "AGORA"

Tiroteios entre policiais militares de São Paulo e criminosos nesse final de semana causaram a morte de dois inocentes. Um dos policiais envolvidos em uma das operações reconheceu a imprudência e a autoria do disparo fatal.
A primeira das vítimas, na noite do sábado, foi a auxiliar de escritório Sandra Michele Vasconcelos, 19, funcionária das Lojas Americanas de Jundiaí, cidade a 60 km a noroeste da capital paulista. A outra, na madrugada de ontem, foi a atendente de pizzaria Luíza dos Santos Souza, 23, moradora de um bairro da zona sul de São Paulo, Cidade Ademar.
Vasconcelos morreu durante troca de tiros entre ladrões e PM, quando era mantida refém, ao lado da operadora de caixa, Solange Pereira Luna, 22, em tentativa de roubo da loja em que trabalhava, no Maxi Shopping.
O autor do disparo que matou a auxiliar ainda é desconhecido. A PM diz que só após a realização de uma perícia será possível concluir de onde partiu o tiro.
Segundo a polícia, a bala atingiu a garota no tórax, pelas costas. No entanto, não há indícios de perfurações na traseira do veículo em que ela estava como refém. Em depoimento, um dos assaltantes afirmou que não atirou na moça.
Vasconcelos chegou a ser hospitalizada, mas não resistiu ao ferimento. O ajudante-geral Maxuel Barbosa da Silva, 19, e o pintor Robson Oliveira Parazzi, 27, acusados da tentativa de roubo, foram presos em flagrante.

Carne seca com farofa
Por volta da 1h40 de ontem, a atendente de pizzaria Luíza dos Santos Souza, estava na lanchonete Encontro dos Amigos, na Cidade Ademar. Com o namorado e um colega, beliscava carne seca com farofa.
Nesse momento, segundo testemunhas, um veículo da PM perseguia um motociclista na avenida Cupecê, a mesma da lanchonete em que estava Souza. Dois tiros foram ouvidos. O segundo disparo atingiu a jovem de 23 anos no lado esquerdo do peito.
"Todo mundo saiu correndo sem pagar a conta", diz o proprietário da Encontro dos Amigos, Benedito Silva.
De acordo com o capitão Nilton Monte, do Comando de Policiamento de Área-10 (Santo Amaro), um sargento, que não teve o nome divulgado, foi o autor dos disparos. Ele foi autuado em flagrante e está detido no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital, à disposição da Justiça.

Jardim Miriam
Em um intervalo de tempo pouco maior do que 18 horas, entre anteontem e ontem, duas pessoas foram assassinadas e outras sete foram baleadas no Jardim Miriam (zona sul da capital).
Em razão do assassinato de uma das vítimas, o desempregado Alessandro Aparecido de Jesus, 21 anos -que respondia a processos por roubo e receptação-, na estrada do Alvarenga, homens armados impuseram um toque de recolher no bairro.
Segundo o delegado Rafael Guimarães Lodi, do 98º DP, investigadores tentaram localizar os responsáveis pelo toque de recolher, mas ninguém foi preso. PMs da Força Tática do 22º Batalhão e da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) foram chamados para reforçar o policiamento na área e passaram o domingo no bairro procurando os acusados e revistando os moradores.


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