DA REPORTAGEM LOCAL

Desde o começo do ano, 265 funcionários de presídios foram feitos reféns por presos em São Paulo, segundo dados da Secretaria da Administração Penitenciária -média de três por dia.
Sozinhos ou em grupos de até 34 pessoas, os funcionários estiveram sob a ameaça dos presos em 27 episódios. Ontem, 33 servidores viraram reféns, e oito deles tiveram ferimentos leves.
Os números do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo) mostram uma realidade ainda mais grave. Segundo a entidade, 283 funcionários foram feitos reféns desde o começo deste ano.
Também de acordo com o sindicato, o sistema prisional registrou 31 rebeliões em 2006. Por essa contabilidade, 42 funcionários teriam sofrido ferimentos -incluindo os agentes lesionados nas rebeliões de ontem.
"Os presos estão pressionando o governo para negociar alguma coisa", afirmou o presidente do Sifuspesp, João Rinaldo Machado. "Está faltando pulso do governo para enfrentar essa situação. Fazer rebeliões não traz conseqüência para os presos."
Para Machado, as rebeliões simultâneas provam que os presos continuam tendo acesso fácil a telefones celulares para se organizar. "Eles [os presos] têm controle total", disse.
Antonio Ferreira, secretário-geral do sindicato, disse que os presos organizaram uma represália ontem porque o governo não cumpriu o acordo feito com os presos no mês passado de que não haveria a invasão da Tropa de Choque da PM nos presídios durante as rebeliões.
Segundo Ferreira, os presos querem que a direções das unidades negociem com os rebelados sem a interferência da PM. Ontem, as quatro rebeliões foram resolvidas por meio de negociações entre presos e funcionários da secretaria.


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