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Para médicos, vida social é
impossível
DA REPORTAGEM LOCAL
Os médicos afirmam
que não dá para prever o
tempo de sobrevida de
Marcela, mas são unânimes em dizer que a possibilidade de ela vir a ter
uma vida relacional ou independente está totalmente descartada.
"O sistema ventricular é
completamente disforme,
ela tem uma massa encefálica totalmente irregular e
anatomicamente malformada", diz o ginecologista
e obstetra Thomaz Rafael
Gollop, da USP.
Para o ginecologista
Jorge Andalaft, o tempo de
sobrevida de Marcela é explicado pelo fato de ela ter
um pouco mais de tecido
encefálico que o normalmente visto em anencéfalos, que costumam morrer
horas após nascer. Ele diz
que os casos de sobrevida
mais longa são exceções.
Para a advogada Débora
Diniz e a médica Fátima
Oliveira, o caso suscita outro tipo de debate: até
quando o Estado deve usar
recursos médicos e tecnológicos para manter viva
uma pessoa sem chances
de vida social. "Todos os
recursos que estão sendo
utilizados para manter este tronco cerebral funcionando são uma imoralidade diante da falta de UTIs
neonatal", diz Fátima.
(CC)
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