DA REPORTAGEM LOCAL

A tarefa de marcar consulta com um médico de plano de saúde fica ainda mais difícil quando as listas de telefones oferecidas pelas operadoras estão repletas de erros.
A Folha telefonou para cerca de 200 psiquiatras, clínicos gerais, ginecologistas e cardiologistas e ouviu repetidas vezes que o número não existe.
Em outros casos, os telefones eram de laboratórios de exames, de médicos de outras especialidades, de profissionais descredenciados, de casas de família e de clínica que fechou.
Cerca de 50 tiveram algum tipo de problema. Os números não atendidos, e aqueles em que a linha estava ocupada, embora tenham sido muitos, não foram incluídos na conta das 200 chamadas.
Apesar de a maior dificuldade para conseguir consulta tenha sido com psiquiatras, a Folha também teve problemas com clínicos, ginecologistas e cardiologistas das cinco maiores operadoras de SP em número de clientes. Em 20% dos casos, as consultas seriam só depois de 30 dias.
A comerciante Helaine Barbosa, 33, de São Paulo, tem tido problemas no plano de seus filhos Gabriel e Gabriella, gêmeos de um ano e oito meses. Para a menina, que sofre de convulsões febris, a dificuldade foi conseguir um neurologista. Ela ficou com os exames durante dois meses até que eles fossem analisados pelo médico.
Para o menino, a dificuldade foi marcar uma cirurgia de hérnia, o que levou três meses. Consulta com um pneumologista para seus gêmeos, a mãe já nem tenta mais. Ela própria teve problemas para marcar consulta com um cardiologista. "Não me importo, posso esperar. Mas meus filhos não", diz.
O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, Fausto dos Santos, diz que tem recebido muitas queixas por demora para marcar consultas e que pretende intervir, embora ainda não saiba como. (RW)

FOLHA ONLINE

Leia análise de Ligia Bahia, coordenadora do Laboratório de Economia Política da Saúde da UFRJ

www.folha.com.br/100803


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