FRANCISCO SOARES
ESPECIAL PARA A FOLHA

As escolas de ensino médio são classificadas pela nota no Enem. A sociedade está se acostumando a considerar tal posição como um indicativo da qualidade. Mas essa medida tem limitações sérias, que, em alguns casos, pode fornecer informações equivocadas. A primeira é a seleção de alunos. Ao se comparar o número de alunos matriculados com o de presentes no Enem, observam-se discrepâncias enormes. Há escolas que obtêm boa classificação em sua cidade quando, na realidade, só uma pequena fração de seus alunos fizeram a prova. Neste caso, a escola está escondendo seus alunos de baixo desempenho. A segunda consideração é sutil. Escolas trabalham com alunos de famílias de capital cultural muito diferenciado. No Brasil isso está muito correlacionado ao nível socioeconômico. A informação que também nos interessa conhecer é quantos pontos, além do esperado pelas características do alunado, cada escola teve. Realizado o exercício, a hierarquia é outra. Destacam-se as escolas técnicas, com aluno de nível socioeconômico médio.