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Governo quer piso nacional para policial
Item integra plano de segurança, implantado para atacar a área de pior desempenho do governo Lula segundo o Datafolha
Idéia é combinar ações de segurança e políticas sociais; ministro Tarso Genro (Justiça) pretende lançar programa em junho
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Encarregado pelo presidente
Lula de buscar medidas para
combater a onda de violência
no país, o ministro Tarso Genro
(Justiça) prepara um programa
combinando ações de segurança pública e políticas sociais
que conterá, entre outras, as seguintes propostas:
1) Definição de um piso nacional de salários para os policiais civis e militares;
2) Criação de um programa
nacional de habitação para policiais, visando retirá-los de
áreas de risco;
3) Construção de novos presídios femininos no país;
4) Construção de presídios
exclusivos para abrigar jovens
entre 18 e 24 anos -atualmente
não há esse tipo de estabelecimento prisional no país;
5) Programas de treinamento e qualificação das polícias Civil e Militar no país.
Batizado provisoriamente de
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania,
ele deve ser divulgado no final
de junho para atacar a área de
pior desempenho do governo
Lula, segundo pesquisa Datafolha de março.
Os números indicaram que a
atuação do governo em segurança é mal avaliada por 25%
da população brasileira. Mostraram ainda que 31% da população aponta a violência como
principal problema do país, superando o desemprego (22%).
O plano está sendo estruturado em três eixos: interação
entre as políticas de segurança
pública e sociais do governo; foco no público juvenil e infanto-juvenil e ação centrada nas regiões metropolitanas.
Reduzir crime
Tarso Genro afirma que, a
médio prazo, o principal foco
do programa é reduzir a criminalidade, especialmente entre
os jovens, faixa etária onde há
um maior índice de assassinatos e na qual são recrutados os
futuros criminosos.
A fixação de um piso salarial
é uma antiga reivindicação da
categoria. Reduziria os baixos
salários em alguns Estados do
país e as diferenças entre eles.
Hoje, por exemplo, os policiais militares do Rio ganham
R$ 874, pouco acima dos de
Alagoas, R$ 850. Já em São
Paulo o mais baixo rendimento
de um soldado é de R$ 1.240,
menor que o de Estados como
Amapá (R$ 1.770), Amazonas
(R$ 1.546) e Paraná (R$ 1.700).
No caso do programa habitacional, a medida visa evitar que
policiais sejam vizinhos de criminosos. Hoje, por conta dos
baixos salários, alguns moram
em regiões consideradas de risco, como favelas.
Indefinição
O programa ainda não chegou ao estágio de definir o número de moradias necessárias
nem o de presídios exclusivamente femininos.
Atualmente, existem no país
18 penitenciárias de mulheres,
9 presídios, 4 casas de albergadas e 2 colônias agrícolas, número que é considerado baixo
diante do total de estabelecimentos penais no Brasil
-1.076. Na maioria há alas
masculinas e femininas.
Nos últimos anos, o tema segurança pública tem se tornado
uma disputa entre União e Estados, que reivindicam maior
participação do governo federal em ações contra criminosos.
Apesar de legalmente segurança pública ser uma responsabilidade dos Estados, boa
parte da população não faz essa
distinção em momentos de crise de violência no país e culpa o
presidente pela situação. Foi isso que levou Lula a dar prioridade para um programa de
combate à violência.
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