São Paulo, domingo, 22 de abril de 2007

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No 2º dia da greve da PM, casa de major é alvo de tiros em AL

Para comandante, há ligação entre o atentado e o protesto por melhores salários dos PMs de baixa patente do Estado, que se aquartelaram na quinta-feira

Aquartelados negam envolvimento com o caso; policiais militares prometiam encerrar a manifestação ontem à noite

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A casa do subcomandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Arapiraca (a 122 km de Maceió, AL), major Reginaldo de Lima Barbosa, foi atingida por tiros de pistola semi-automática na noite de anteontem.
Segundo o comandante da unidade, tenente-coronel Jairo José Sales Eloy, há ligação entre o atentado e o protesto por melhores salários dos PMs de baixa patente do Estado, que se aquartelaram na quinta-feira.
"Foi um recado para mim", disse o comandante, responsável por determinar a prisão de 36 homens que se recusavam a sair do quartel anteontem. Os policiais acabaram recuando.
Os tiros que atingiram a casa do subcomandante foram disparados por pessoas não-identificadas que estavam em um carro preto, "possivelmente um Celta", diz Eloy. Dos três tiros disparados, um atingiu a fachada da casa vizinha. Outros dois tiros acertaram o muro e o portão. Ninguém se feriu.
Uma investigação, diz, identificará os responsáveis. Eloy disse que não se intimidou, mas reforçou sua segurança.
O presidente da Associação de Cabos, Soldados e Bombeiros Militares de Alagoas, Wagner Simas, nega o envolvimento dos aquartelados no caso. "É uma tentativa de jogar a sociedade contra o movimento." Para ele, foi uma "armação".
Ele confirmou que o aquartelamento seria suspenso na noite de ontem e anunciou que a categoria não irá mais parar por tempo indeterminado na próxima quarta-feira, como previsto. "Vamos negociar com o governo do Estado até quinta e, no dia 30, faremos um ato público para decidir o que fazer."
Mesmo sem policiamento nos locais mais movimentados de Maceió, constatada pela Folha, bares e restaurantes da orla funcionaram normalmente na madrugada de ontem.
O Copom (Comando de Policiamento Militar) registrou dez ocorrências atendidas pela corporação no dia 20. Normalmente, dizem policiais do setor, são em média 50 solicitações diárias. Quatro homicídios foram registrados no período.
Os PMs reivindicam aumento salarial de 88,5% (em quatro parcelas). O governo ainda não fez uma contraproposta, diz estar aberto ao diálogo, mas que não negocia sob pressão.


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