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No 2º dia da greve da PM, casa de major é alvo de tiros em AL
Para comandante, há ligação entre o atentado e o protesto por melhores salários dos PMs de baixa patente do Estado, que se aquartelaram na quinta-feira
Aquartelados negam envolvimento com o caso; policiais militares prometiam encerrar a manifestação ontem à noite
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
A casa do subcomandante do
3º Batalhão da Polícia Militar,
em Arapiraca (a 122 km de Maceió, AL), major Reginaldo de
Lima Barbosa, foi atingida por
tiros de pistola semi-automática na noite de anteontem.
Segundo o comandante da
unidade, tenente-coronel Jairo
José Sales Eloy, há ligação entre o atentado e o protesto por
melhores salários dos PMs de
baixa patente do Estado, que se
aquartelaram na quinta-feira.
"Foi um recado para mim",
disse o comandante, responsável por determinar a prisão de
36 homens que se recusavam a
sair do quartel anteontem. Os
policiais acabaram recuando.
Os tiros que atingiram a casa
do subcomandante foram disparados por pessoas não-identificadas que estavam em um
carro preto, "possivelmente
um Celta", diz Eloy. Dos três tiros disparados, um atingiu a fachada da casa vizinha. Outros
dois tiros acertaram o muro e o
portão. Ninguém se feriu.
Uma investigação, diz, identificará os responsáveis. Eloy
disse que não se intimidou, mas
reforçou sua segurança.
O presidente da Associação
de Cabos, Soldados e Bombeiros Militares de Alagoas, Wagner Simas, nega o envolvimento dos aquartelados no caso. "É
uma tentativa de jogar a sociedade contra o movimento." Para ele, foi uma "armação".
Ele confirmou que o aquartelamento seria suspenso na noite de ontem e anunciou que a
categoria não irá mais parar
por tempo indeterminado na
próxima quarta-feira, como
previsto. "Vamos negociar com
o governo do Estado até quinta
e, no dia 30, faremos um ato público para decidir o que fazer."
Mesmo sem policiamento
nos locais mais movimentados
de Maceió, constatada pela Folha, bares e restaurantes da orla funcionaram normalmente
na madrugada de ontem.
O Copom (Comando de Policiamento Militar) registrou dez
ocorrências atendidas pela corporação no dia 20. Normalmente, dizem policiais do setor,
são em média 50 solicitações
diárias. Quatro homicídios foram registrados no período.
Os PMs reivindicam aumento salarial de 88,5% (em quatro
parcelas). O governo ainda não
fez uma contraproposta, diz estar aberto ao diálogo, mas que
não negocia sob pressão.
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