São Paulo, terça-feira, 22 de abril de 2008

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Menino de 11 anos é morto com tiro na cabeça

Jefferson dos Santos Alves foi assassinado anteontem, na zona leste, após um desconhecido tê-lo chamado na porta de casa

Familiares afirmaram que o menino pode ter sido vítima de alguma desavença; até a noite de ontem, ninguém havia sido preso

DO "AGORA"

Uma criança de 11 anos morreu anteontem após levar um tiro na cabeça na favela da Vila União, na Cidade A.E. Carvalho (zona leste de São Paulo). Segundo a família, um desconhecido chamou a criança na porta de casa e pediu para que ela o acompanhasse. A vítima saiu e andou cerca de dez metros até o local do crime: um barraco vazio em um beco.
O motivo do assassinato será investigado pela polícia -a ocorrência foi registrada no 64º DP (Cidade A.E. Carvalho). Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso.
Os familiares afirmaram que o menino pode ter sido vítima de alguma desavença. Jefferson dos Santos Alves chegou a ser socorrido por parentes e vizinhos, mas morreu a caminho do hospital municipal de Ermelino Matarazzo, na zona leste.
O crime aconteceu por volta das 20h na favela onde a vítima morava com os pais e outros cinco irmãos.
A maioria dos vizinhos afirmou não ter visto nada. Outros disseram ter ouvido um único disparo. "Saí de casa e já encontrei o Jefferson caído na escada. Não vi ninguém ao redor", disse uma jovem de 23 anos. Os pais e os irmãos disseram que não viram quem chamou a criança.

Duas pessoas
Já o tio do menino, Vanderlei Américo, 44, contou que foram no mínimo duas pessoas. "Um chamou e o outro ficou esperando com a arma na mão", disse Américo. Ele afirma que os culpados atiraram e fugiram por dentro de um barraco vazio-o fundo dá acesso a uma outra rua do bairro.
"Era um menino bom, alegre. Não tinha envolvimento com drogas", disse o pai, Waldir Antônio Alves, 37. De acordo com ele, Jefferson havia acabado de tomar banho e se preparava para dormir. Ultimamente, segundo o pai, quase não saía de casa por causa de um videogame que havia ganhado.
"Não fazia mal a ninguém. Quero meu tartaruga [apelido do garoto] de volta", disse a mãe de Jefferson, Viviane Aparecida dos Santos, 32.
O velório ocorreu durante a tarde e a noite de ontem em uma igreja dentro da favela. O enterro será hoje, no Cemitério da Saudade. (TALIS MAURICIO)


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