São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2010

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Projetado em 2005, parque na zona oeste não saiu do papel

Intervenções nas margens do córrego Água Podre, no bairro de Rio Pequeno, são consideradas modelo pela prefeitura

Sabesp transfere trabalho de despoluição, que era para ser concluído em março, para o final deste ano; líder de moradores critica atraso

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Projeto modelo de cinco anos atrás, o parque linear Esmeralda, ao longo do córrego Água Podre, em Rio Pequeno (zona oeste), ainda não saiu do papel.
A despoluição das águas, que deveria ocorrer até março, só será iniciada no final do ano.
A morosidade para a instalação da área de proteção, de acordo com a associação de moradores do local, só piorou a qualidade socioambiental da região nos últimos três anos.
"Com a expectativa de criação do parque, muitos cuidados com o córrego foram sendo deixados de lado. O esgoto continua sendo lançado pela Sabesp no rio", diz César Pegoraro, ambientalista e morador local.
O parque linear Esmeralda/ Água Podre seria exemplo para a cidade, sustenta Pegoraro, porque ele iria abranger toda a extensão do córrego, que tem 1,8 quilômetro de extensão.
Outro ponto de relevância, diz o ambientalista, era a retirada das famílias do entorno do rio. "Os moradores da favela devem ser transferidos para um conjunto habitacional próximo, e não para longe, lá no final da periferia do município."
A região ao redor do córrego Água Podre está em crescimento. Cercada pela avenida Escola Politécnica e pela Raposo Tavares, próximo de áreas como o Morumbi e a Cidade Universitária, a área também é cobiçada pelo mercado imobiliário.
Parte das 120 famílias que precisam ser retiradas já saiu. Hoje, elas vivem com o bolsa-aluguel, pago pela prefeitura até que o novo conjunto habitacional fique pronto. As obras, entretanto, nem começaram.
"Mas existem mais de 15 pessoas morando em situação de alto risco", afirma Pegoraro. Essas famílias vivem em casas de alvenaria ao lado das que começaram a ser destruídas pelo poder público. "Existe, por exemplo, uma grande infiltração de água nas casas", diz.
A associação de moradores, enquanto espera pelo término da retirada da favela Maria Lúcia, à beira do córrego, tenta manter a comunidade ativa.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que o projeto executivo do parque está sendo feito. A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras aguarda a licença ambiental para a canalização do rio.
A Sabesp, que havia colocado o córrego Água Podre em seu programa Córrego Limpo, retirou o rio da lista. O novo prazo dado pela companhia de saneamento para a intervenção ambiental no local é o final do ano.
A pasta da Habitação diz que o local para a construção de novas habitações já está definido.


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