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Projetado em 2005, parque na zona oeste não saiu do papel
Intervenções nas margens do córrego Água Podre, no bairro de Rio Pequeno, são consideradas modelo pela prefeitura
Sabesp transfere trabalho de despoluição, que era para ser concluído em março, para o final deste ano; líder de moradores critica atraso
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Projeto modelo de cinco anos
atrás, o parque linear Esmeralda, ao longo do córrego Água
Podre, em Rio Pequeno (zona
oeste), ainda não saiu do papel.
A despoluição das águas, que
deveria ocorrer até março, só
será iniciada no final do ano.
A morosidade para a instalação da área de proteção, de
acordo com a associação de
moradores do local, só piorou a
qualidade socioambiental da
região nos últimos três anos.
"Com a expectativa de criação do parque, muitos cuidados
com o córrego foram sendo deixados de lado. O esgoto continua sendo lançado pela Sabesp
no rio", diz César Pegoraro,
ambientalista e morador local.
O parque linear Esmeralda/
Água Podre seria exemplo para
a cidade, sustenta Pegoraro,
porque ele iria abranger toda a
extensão do córrego, que tem
1,8 quilômetro de extensão.
Outro ponto de relevância,
diz o ambientalista, era a retirada das famílias do entorno do
rio. "Os moradores da favela
devem ser transferidos para
um conjunto habitacional próximo, e não para longe, lá no final da periferia do município."
A região ao redor do córrego
Água Podre está em crescimento. Cercada pela avenida Escola
Politécnica e pela Raposo Tavares, próximo de áreas como o
Morumbi e a Cidade Universitária, a área também é cobiçada
pelo mercado imobiliário.
Parte das 120 famílias que
precisam ser retiradas já saiu.
Hoje, elas vivem com o bolsa-aluguel, pago pela prefeitura
até que o novo conjunto habitacional fique pronto. As obras,
entretanto, nem começaram.
"Mas existem mais de 15 pessoas morando em situação de
alto risco", afirma Pegoraro.
Essas famílias vivem em casas
de alvenaria ao lado das que começaram a ser destruídas pelo
poder público. "Existe, por
exemplo, uma grande infiltração de água nas casas", diz.
A associação de moradores,
enquanto espera pelo término
da retirada da favela Maria Lúcia, à beira do córrego, tenta
manter a comunidade ativa.
A Secretaria do Verde e do
Meio Ambiente diz que o projeto executivo do parque está
sendo feito. A Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras
aguarda a licença ambiental para a canalização do rio.
A Sabesp, que havia colocado
o córrego Água Podre em seu
programa Córrego Limpo, retirou o rio da lista. O novo prazo
dado pela companhia de saneamento para a intervenção ambiental no local é o final do ano.
A pasta da Habitação diz que
o local para a construção de novas habitações já está definido.
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