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SEGURANÇA
Idéia é cobrar 1% de empresas do setor para formar e manter a Força Nacional; projeto piloto começa no Rio
União estuda taxa para criar polícia de elite
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal estuda a criação de uma taxa, de 1%, sobre o
mercado de segurança privada
para financiar a criação e manutenção da Força Nacional, um órgão de combate ao crime organizado formado por policiais civis e
militares de todo o país que será
comandado pela Polícia Federal.
Até o fim da semana, o governo
deve liberar R$ 12 milhões para a
força de elite da PF que atua no
Rio de Janeiro. O dinheiro vai custear diárias dos policiais deslocados de outros Estados e compra
de equipamentos.
A FN deve começar a trabalhar
em setembro deste ano, após três
meses de experiência da força de
elite do Rio de Janeiro. Isso porque a força de elite vai servir como
piloto para o novo grupo que o
Ministério da Justiça quer criar.
No Rio, serão 25 policiais federais e outros 25 profissionais das
polícias Civil e Militar considerados confiáveis e bem-preparados.
A ênfase do trabalho se dará na
área de inteligência policial.
Com um balanço do trabalho
realizado pela força de elite no
Rio, a União quer iniciar a FN. A
previsão é aproveitar cerca de 600
pessoas de todos os Estados. O
grupo ficará sediado em Brasília e
terá equipamentos de ponta.
A Folha apurou que já há diálogo com o Instituto Militar de Engenharia para o fornecimento de
um pequeno avião não-tripulado
de vigilância e com a Universidade Federal de Santa Catarina, que
finaliza um equipamento de reconhecimento de voz.
O Ministério da Justiça também
analisa a compra de microcâmeras e o uso de imagens geradas
por satélite. Se tudo correr como
prevê o governo, operações policiais em favelas ocorrerão de forma semelhante ao que se viu na
movimentação de tropas anglo-americanas no Iraque.
Os policiais receberão imagens
de satélite e utilizarão o avião não-tripulado para reconhecimento e
obtenção de mais detalhes sobre o
campo. Com as informações, os
policiais poderão planejar as incursões com mais eficiência.
A idéia é manter a FN em operação durante três anos. O período
combina com o fim do mandato
de Luiz Inácio Lula da Silva, mas,
segundo os técnicos, é uma questão de método. Nesse período a
atuação do grupo pretende render resultados capazes de torná-lo
menos necessário no futuro.
Pelas estimativas, o governo vai
gastar R$ 64 milhões com a compra de equipamentos e outros R$
36 milhões anuais em suplementação de salário para os policiais.
Para que o benefício -de cerca
de R$ 5.000 para a criação de um
piso de R$ 10 mil- não seja incorporado ao salário, deverão ser
oferecidas bolsas.
Segundo a Folha apurou, a
equipe técnica da Secretaria Nacional de Segurança Pública leva
em conta a possibilidade de taxar
em 1% a comercialização de produtos de segurança privada, como blindagem de automóveis, vigilância eletrônica e proteção patrimonial. Segundo esses mesmos
técnicos, no ano passado o setor
movimentou R$ 11,5 bilhões apenas no eixo Rio-São Paulo. Não há
estimativa independente.
Os recursos arrecadados com a
eventual cobrança serviriam para
custear a compra de equipamentos de última geração para o combate ao crime e pagamento de
bolsas para policiais.
A idéia empolgou a cúpula da
Secretaria Nacional de Segurança
Pública. Além da taxar o setor de
segurança privada, o governo estuda outras alternativas para
compor o orçamento da FN.
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