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Perito contesta informações de laudo do caso Isabella
DO "AGORA"
O perito da defesa de Alexandre Alves Nardoni, 29, e Anna
Carolina Trotta Peixoto Jatobá, 24, acusados de terem matado Isabella de Oliveira Nardoni, 5, disse que o corpo da
criança não apresentou sinais
de que ela tenha sido esganada
ou sofrido qualquer tipo de violência antes de ser jogada do
sexto andar do prédio onde o
pai e a madrasta dela viviam.
Para o legista George Sanguinetti, que passou a atuar no caso a convite dos advogados dos
réus, todos os ferimentos e lesões apresentadas pela criança
foram causadas durante a queda ou em virtude do impacto do
corpo em uma planta ou no gramado do edifício do casal.
Sanguinetti afirma ter estudado por nove dias os laudos
oficiais do caso e diz que eles
contêm uma "descrição fantasiosa" sobre as ações que resultaram na morte da menina. O
casal nega o crime.
O legista disse ontem que
analisou o exame necroscópico
de Isabella e disse que "não há
sinais de esganadura nas partes
internas e externas do corpo".
Para ele, Isabella não foi vítima de violência no carro ou no
apartamento da família antes
de ser arremessada. Ele diz que
o corte de 5 mm na testa da menina foi provocado após ela ter
sido arremessada pela janela.
A versão da polícia de que
Isabella sangrou após ter sido
agredida no carro ou no apartamento também é contestada
por Sanguinetti. "Como ela estava sangrando se não há nenhum material ou marca [de
sangue] na blusa que estava
vestindo?" No entanto, laudos
obtidos pela reportagem apontam a presença de sangue na
roupa. Ele também rebate a
alegação de que Isabella vomitou após ter sido asfixiada.
Sanguinetti criticou o fato de
a polícia não ter examinado as
unhas dos réus na noite do crime. "A boa polícia técnica teria
colhido material debaixo das
unhas de quem estava presente
na cena, para verificar se nelas
havia epiderme [camada da pele] ou algum resíduo do pescoço de Isabella", disse.
Outro lado
A Polícia Técnico-Científica
informou que não vai rebater as
críticas do perito e que só irá se
manifestar a pedido da Justiça.
No relatório final do caso Isabella, a delegada Renata Pontes
afirma que a vítima apresentava sinais que indicam asfixia
como cor azulada da face e das
mucosas da boca, orelhas e
pontas dos dedos.
O documento também relata
que Isabella foi vítima de agressões antes de ter sido arremessada. "Fratura da cabeça do rádio (punho direito), impactada,
a qual indica que a pessoa encontrava-se consciente quando
a sofreu, depreendendo-se que
não resultou da queda da vítima", diz o texto do relatório.
Um dos laudos do inquérito
aponta que a amostra de sangue colhida na camiseta da vítima coincidiu com o perfil genético do sangue de Isabella.
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