São Paulo, sábado, 22 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Procuradora diz que queria educar a filha

Em entrevista, Vera Gomes negou ter agredido menina de dois anos sob sua guarda e disse que a repreendia para orientar seu comportamento

"Para que vou encostar a mão em uma criança de dois anos? (...) Eu quero descobrir quem agrediu a menina. Isso não vai ficar barato", declarou na TV

DA SUCURSAL DO RIO

A procuradora aposentada Vera Lúcia Gomes, 57, presa no Rio desde o dia 13 sob acusação de agredir a menina de dois anos e dez meses que estava sob sua guarda, negou ontem que tenha agredido a criança.
Ela classificou como "mistério" as marcas de agressão identificadas nos exames do IML (Instituto Médico Legal).
Vera disse ter errado em um comportamento: ao cobrar da filha que não desperdiçasse comida durante as refeições. Mas alegou ter agido assim com o objetivo de educá-la.
"Sabe o que ela fazia? Derramava [a comida] na roupa. Ora, eu sou mãe para educar, eu peguei uma criança para educar. Eu não posso admitir que uma criança pegue uma xícara do leite e jogue [fora] para frente. Eu disse a ela que, se não quer, diga que não quer", afirmou, em entrevista à TV Globo.
"O que eu fiz foi tão pequeno se comparado com as alegrias que dei a essa criança. Eu quero ver qual é a mãe que não tem um dia nervoso, que não tem TPM, que não briga com o maridinho. Que atire a primeira pedra. Sou uma pessoa carinhosa e peguei uma criança. Poderia estar em Paris, porque tenho dinheiro para isso", disse em outra entrevista, à TV Record.
Ela foi entrevistada pelas duas emissoras, ontem, dentro do presídio Nelson Hungria, no complexo prisional de Bangu (zona oeste).
"Para que vou encostar a mão em uma criança de dois anos? Para que ela se torne minha inimiga? Eu quero descobrir quem agrediu a menina. Isso não vai ficar barato", disse Vera, que contou ter feito inscrição em um programa de adoção de crianças no Paraná, há seis anos, porque acreditava que nesse Estado o processo seria mais rápido do que no Rio. A criança foi adotada em 14 de março. Em 15 de abril, após denúncia de ex-empregados, uma equipe da Vara da Infância foi à casa da procuradora, encontrou a menina machucada e a levou ao hospital.


Texto Anterior: Depoimento: Se tivesse assumido o filho, minha vida poderia ter sido pior
Próximo Texto: Polícia: Padre é acusado de criar "masmorra erótica" no Rio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.