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Procuradora diz que queria educar a filha
Em entrevista, Vera Gomes negou ter agredido menina de dois anos sob sua guarda e disse que a repreendia para orientar seu comportamento
"Para que vou encostar a mão em uma criança de dois anos? (...) Eu quero descobrir quem agrediu a menina. Isso não vai ficar barato", declarou na TV
DA SUCURSAL DO RIO
A procuradora aposentada
Vera Lúcia Gomes, 57, presa no
Rio desde o dia 13 sob acusação
de agredir a menina de dois
anos e dez meses que estava sob
sua guarda, negou ontem que
tenha agredido a criança.
Ela classificou como "mistério" as marcas de agressão
identificadas nos exames do
IML (Instituto Médico Legal).
Vera disse ter errado em um
comportamento: ao cobrar da
filha que não desperdiçasse comida durante as refeições. Mas
alegou ter agido assim com o
objetivo de educá-la.
"Sabe o que ela fazia? Derramava [a comida] na roupa. Ora,
eu sou mãe para educar, eu peguei uma criança para educar.
Eu não posso admitir que uma
criança pegue uma xícara do
leite e jogue [fora] para frente.
Eu disse a ela que, se não quer,
diga que não quer", afirmou,
em entrevista à TV Globo.
"O que eu fiz foi tão pequeno
se comparado com as alegrias
que dei a essa criança. Eu quero
ver qual é a mãe que não tem
um dia nervoso, que não tem
TPM, que não briga com o maridinho. Que atire a primeira pedra. Sou uma pessoa carinhosa
e peguei uma criança. Poderia
estar em Paris, porque tenho dinheiro para isso", disse em outra entrevista, à TV Record.
Ela foi entrevistada pelas
duas emissoras, ontem, dentro
do presídio Nelson Hungria, no
complexo prisional de Bangu
(zona oeste).
"Para que vou encostar a mão
em uma criança de dois anos?
Para que ela se torne minha inimiga? Eu quero descobrir
quem agrediu a menina. Isso
não vai ficar barato", disse Vera, que contou ter feito inscrição em um programa de adoção
de crianças no Paraná, há seis
anos, porque acreditava que
nesse Estado o processo seria
mais rápido do que no Rio. A
criança foi adotada em 14 de
março. Em 15 de abril, após denúncia de ex-empregados, uma
equipe da Vara da Infância foi à
casa da procuradora, encontrou a menina machucada e a
levou ao hospital.
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