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Líderes planejam carreira política
DA AGÊNCIA FOLHA E
DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ
Inspirados pelo cabo Júlio, líder
da greve da PM mineira em 97 e o
deputado estadual mais votado
do Estado um ano após, policiais
grevistas de todo o país não escondem as aspirações políticas.
Na Bahia, o líder Crispiniano
Daltro, presidente do sindicato
dos policiais civis, é filiado ao PT.
O deputado estadual (PSB) e capitão da reserva da PM Tadeu Fernandes também foi coordenador.
Os líderes em Pernambuco não
negam: são candidatos de oposição, em 2002, ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Até a Constituição de 88, soldados, cabos e sargentos não podiam votar ou ser votados. Hoje, a
ação política de lideranças é balizada pelo potencial de 800 mil
eleitores que, por contrato ou laços familiares, estão ligados às
instituições de segurança.
Há 11 anos, a Associação dos
Policiais Civis o elo informal com
a CUT (Central Única dos Trabalhadores) é comandada pelos irmãos Henrique e Sérgio Leite. O
primeiro, atual presidente, é vereador pelo PT. Seu antecessor,
Sérgio, tornou-se deputado estadual pela legenda.
Henrique, líder da atual greve
de policiais civis em Alagoas, acusa o governo de sucatear a instituição e desafia a Justiça ao manter movimento dito ilegal. Processado quatro vezes por sua atuação
no sindicato, o vereador responde
a ao menos um processo penal
por agressão. Ele nega.
Com a experiência de comandar duas greves no Estado, o soldado Moiséis Filho (Associação
de Cabos e Soldados) foi de dois
partidos e, agora, se prepara para
uma terceira adesão: é pré-candidato a deputado estadual. "Seja
qual for [a legenda", farei oposição ao atual governador."
Em Alagoas, a greve abalou o
poder do presidente da associação dos oficiais, tenente-coronel
Jean Paiva, consolidou o escrivão
José Carlos Fernandes, presidente
do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), e revelou o presidente
da Associação de Cabos e Soldados, soldado Wagner Simas Filho.
Paiva, que teve participação
fundamental no movimento em
1997, que levou o governador Divaldo Suruagy (PMDB) à renúncia, atuou como "bombeiro" nesta greve e foi chamado de "pelego" pelos companheiros.
Simpatizante do PT, sem experiência sindical, Wagner Simas Filho, 32, preside há seis meses a associação de cabos e soldados.
Colaborou a Reportagem Local
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