São Paulo, domingo, 22 de julho de 2001

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Líderes planejam carreira política

DA AGÊNCIA FOLHA E

DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ

Inspirados pelo cabo Júlio, líder da greve da PM mineira em 97 e o deputado estadual mais votado do Estado um ano após, policiais grevistas de todo o país não escondem as aspirações políticas.
Na Bahia, o líder Crispiniano Daltro, presidente do sindicato dos policiais civis, é filiado ao PT. O deputado estadual (PSB) e capitão da reserva da PM Tadeu Fernandes também foi coordenador.
Os líderes em Pernambuco não negam: são candidatos de oposição, em 2002, ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
Até a Constituição de 88, soldados, cabos e sargentos não podiam votar ou ser votados. Hoje, a ação política de lideranças é balizada pelo potencial de 800 mil eleitores que, por contrato ou laços familiares, estão ligados às instituições de segurança.
Há 11 anos, a Associação dos Policiais Civis o elo informal com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) é comandada pelos irmãos Henrique e Sérgio Leite. O primeiro, atual presidente, é vereador pelo PT. Seu antecessor, Sérgio, tornou-se deputado estadual pela legenda.
Henrique, líder da atual greve de policiais civis em Alagoas, acusa o governo de sucatear a instituição e desafia a Justiça ao manter movimento dito ilegal. Processado quatro vezes por sua atuação no sindicato, o vereador responde a ao menos um processo penal por agressão. Ele nega.
Com a experiência de comandar duas greves no Estado, o soldado Moiséis Filho (Associação de Cabos e Soldados) foi de dois partidos e, agora, se prepara para uma terceira adesão: é pré-candidato a deputado estadual. "Seja qual for [a legenda", farei oposição ao atual governador."
Em Alagoas, a greve abalou o poder do presidente da associação dos oficiais, tenente-coronel Jean Paiva, consolidou o escrivão José Carlos Fernandes, presidente do Sindipol (Sindicato dos Policiais Civis), e revelou o presidente da Associação de Cabos e Soldados, soldado Wagner Simas Filho.
Paiva, que teve participação fundamental no movimento em 1997, que levou o governador Divaldo Suruagy (PMDB) à renúncia, atuou como "bombeiro" nesta greve e foi chamado de "pelego" pelos companheiros.
Simpatizante do PT, sem experiência sindical, Wagner Simas Filho, 32, preside há seis meses a associação de cabos e soldados.


Colaborou a Reportagem Local



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