São Paulo, quinta-feira, 22 de julho de 2004

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Professores ameaçam entrar em greve

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Uma greve de professores de universidades federais pode adiar o reinício das aulas logo após o término das férias deste mês. Dos 63 sindicatos de docentes de ensino superior no país, 22 já votaram pelo indicativo de greve, que poderá ser deflagrada no dia 27.
Segundo a presidente da Andes (Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marina Barbosa, uma reunião marcada para hoje, em Brasília, com representantes da Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento pode definir a situação.
O impasse se concentra na definição de reajustes e de gratificações. "O governo tinha apresentado uma proposta, na qual havia uma previsão orçamentária de R$ 420 milhões. Depois de negarmos a proposta e de colocarmos na mesa a discussão pela paridade nas gratificações e pelo fim do produtivismo, a dotação orçamentária do governo diminuiu muito, está agora em R$ 231 milhões, o que é insuficiente", disse.
Segundo ela, o governo argumenta que o salário dos docentes de ensino superior é alto em relação a outros servidores públicos.
A assessoria de imprensa do MEC foi procurada ontem à tarde pela Agência Folha várias vezes por telefone, mas não informou sobre as negociações.
A greve dos servidores técnico-administrativos das federais já completou um mês, paralisando parte dos trabalhos em 40 delas.
Anteontem o MEC apresentou à Fasubra (Federação de Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) uma proposta para tentar contemplar as principais reivindicações: a criação de um sistema de gratificação e de um plano de carreiras.
Ontem à tarde houve uma nova reunião entre os sindicalistas e os técnicos do ministério. Enquanto isso, os servidores tentam dificultar o processo de matrícula dos alunos antes da volta às aulas.
Na UFC (Universidade Federal do Ceará), os grevistas fizeram, nesta semana, arrastões em três campi. O sindicato estima que 70% tenham aderido à greve.

Bahia
Professores de todos os 55 cursos de graduação da UFBa (Universidade Federal da Bahia) entraram em greve por tempo indeterminado na manhã de ontem. Eles querem a incorporação das gratificações ao salário.
Os alunos, que iniciaram a greve há uma semana, encaminharam ao reitor Naomar de Almeida um documento com as principais reivindicações -segurança, restaurante universitário e assistência. O reitor disse que elas foram encaminhadas ao MEC.
Em greve há duas semanas, os professores da rede estadual da Bahia decidiram manter a paralisação. A categoria, que pede 45,78% de reajuste, não aceitou a proposta do governo -5%. (KAMILA FERNANDES E LUIZ FRANCISCO)


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