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Professores ameaçam entrar em greve
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Uma greve de professores de
universidades federais pode adiar
o reinício das aulas logo após o
término das férias deste mês. Dos
63 sindicatos de docentes de ensino superior no país, 22 já votaram
pelo indicativo de greve, que poderá ser deflagrada no dia 27.
Segundo a presidente da Andes
(Associação Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Marina Barbosa, uma
reunião marcada para hoje, em
Brasília, com representantes da
Secretaria de Recursos Humanos
do Ministério do Planejamento
pode definir a situação.
O impasse se concentra na definição de reajustes e de gratificações. "O governo tinha apresentado uma proposta, na qual havia
uma previsão orçamentária de R$
420 milhões. Depois de negarmos
a proposta e de colocarmos na
mesa a discussão pela paridade
nas gratificações e pelo fim do
produtivismo, a dotação orçamentária do governo diminuiu
muito, está agora em R$ 231 milhões, o que é insuficiente", disse.
Segundo ela, o governo argumenta que o salário dos docentes
de ensino superior é alto em relação a outros servidores públicos.
A assessoria de imprensa do
MEC foi procurada ontem à tarde
pela Agência Folha várias vezes
por telefone, mas não informou
sobre as negociações.
A greve dos servidores técnico-administrativos das federais já
completou um mês, paralisando
parte dos trabalhos em 40 delas.
Anteontem o MEC apresentou à
Fasubra (Federação de Sindicatos
dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras) uma proposta
para tentar contemplar as principais reivindicações: a criação de
um sistema de gratificação e de
um plano de carreiras.
Ontem à tarde houve uma nova
reunião entre os sindicalistas e os
técnicos do ministério. Enquanto
isso, os servidores tentam dificultar o processo de matrícula dos
alunos antes da volta às aulas.
Na UFC (Universidade Federal
do Ceará), os grevistas fizeram,
nesta semana, arrastões em três
campi. O sindicato estima que
70% tenham aderido à greve.
Bahia
Professores de todos os 55 cursos de graduação da UFBa (Universidade Federal da Bahia) entraram em greve por tempo indeterminado na manhã de ontem.
Eles querem a incorporação das
gratificações ao salário.
Os alunos, que iniciaram a greve
há uma semana, encaminharam
ao reitor Naomar de Almeida um
documento com as principais reivindicações -segurança, restaurante universitário e assistência.
O reitor disse que elas foram encaminhadas ao MEC.
Em greve há duas semanas, os
professores da rede estadual da
Bahia decidiram manter a paralisação. A categoria, que pede
45,78% de reajuste, não aceitou a
proposta do governo -5%.
(KAMILA FERNANDES E LUIZ FRANCISCO)
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