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PLANOS DE SAÚDE
Proposta é que custos hospitalares só influam no reajuste do seguro a partir de agosto de 2003, e não antes disso
ANS quer restringir a aplicação de índice
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Agência Nacional de Saúde
Suplementar discute a aplicação,
nos chamados contratos antigos,
de índices de custos hospitalares
apurados desde agosto de 2003.
Essa é uma das propostas que
estão na mesa de negociações
com as operadoras. A agência já
realizou mais de um encontro
com os representantes do setor de
seguros-saúde em busca de uma
saída para os reajustes de até 82%
impostos neste mês a mais de 300
mil beneficiários.
No fim de agosto do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que, nos contratos
antigos -assinados antes de
1999, quando entrou em vigor a
lei que rege a saúde suplementar-, as empresas não precisam
seguir os reajustes anuais fixados
pela ANS. Segundo a liminar concedida pelo tribunal, vale o que
está previsto nos contratos.
Em parte dos planos antigos há
a previsão do uso dos índices de
custos hospitalares na composição do aumento. O que a agência
defende é que eles não podem ser
retroativos à decisão do Supremo.
"A decisão do STF não retroage.
É dali para a frente", afirma Maria
Stella Gregori, diretora de fiscalização da agência.
Os beneficiários atingidos pelos
reajustes fazem parte de carteiras
das empresas consideradas desequilibradas -em que é gasto em
assistência mais de 90% do que é
arrecadado com mensalidade.
Problema e proposta
No ano passado, ao definir o
plano de adequação dos contratos
antigos à lei atual para essas carteiras, a ANS decidiu que, nas carteiras desequilibradas, seria possível às operadoras oferecer apenas a migração -abandonar o
contrato antigo por um novo. Como tratava-se de novo acerto, a
agência não controlaria o preço
da migração.
O problema apareceu quando
as propostas foram enviadas aos
beneficiários. Migrar significava,
em alguns casos, pagar até cinco
vezes mais pelo plano. Quem não
aceitou foi avisado sobre aumentos de até 82% no contrato antigo.
Agora a agência quer mudar a
regra por meio de uma nova resolução. A idéia é oferecer a quem
não quiser o contrato antigo um
modelo de adaptação -que significa manter partes do plano
atual com melhorias de cobertura
assistencial. Os aumentos, dessa
vez, seriam controlados.
Ex-diretor-presidente da ANS,
Januário Montone, hoje consultor
da área de saúde suplementar, reconhece que a regra para carteiras
desequilibradas, autorizada em
sua gestão, deve ser aperfeiçoada.
"É impossível prever tudo." Ele
não esperava que fossem ofertados preços altos na migração.
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