São Paulo, domingo, 22 de julho de 2007

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Caixa com vozes dos pilotos foi achada só ontem

ANDRÉ CARAMANTE
DANIEL BERGAMASCO

DA REPORTAGEM LOCAL

A caixa com os dados de voz do piloto e do co-piloto do Airbus-A320 da TAM foi achada somente ontem pelos técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado ao Ministério da Defesa e à FAB (Força Aérea Brasileira) em meio aos destroços da aeronave, em Congonhas.
Até a manhã de ontem, o comando da FAB (Força Aérea Brasileira) e os responsáveis pela investigação sobre as causas do acidente acreditavam que os outros dois equipamentos retirados dos destroços e levados quinta-feira para análises no NTSB (National Transportation Safety Bureau) em Washington, nos Estados Unidos, eram as duas caixas-pretas do avião: uma com os dados do vôo, chamada de FDR, e outra com as vozes, a CVR.
Segundo o comando da FAB, a descoberta de que um dos equipamentos levados aos Estados Unidos não tinha as conversas do comandante Kleyber Lima e do o co-piloto Henrique Stephanini Di Sacco gravadas ocorreu quando as peças já eram analisadas pelos técnicos americanos do NTSB.
O equipamento tratado inicialmente pelos técnicos de investigação do Cenipa como o que tinha as vozes dos dois responsáveis pelo Airbus-A320 da TAM estava muito danificado pelo fogo e pelo impacto sofrido pela aeronave.
O equipamento que continha realmente as vozes do piloto e do co-piloto do Airbus-A320 da TAM seguiu, ainda de acordo com o comando da FAB, para os Estados Unidos na tarde de ontem e deverá começar a ter as transcrições das falas preparadas ainda na tarde de hoje.
Todos os dados das operações realizadas durante todo o período do vôo JJ 3054, de Porto Alegre para São Paulo, na tarde de terça-feira, já começaram a ser analisados pelos técnicos do NTSB. Depois dos dados terem sido retirados integralmente, um simulador de vôo receberá as informações e o vôo JJ 3054 será recriado.

Calor de 60ºC
Alguns pedaços da aeronave ainda eram encontrados ontem pelos bombeiros no prédio da TAM Express. Ontem, cerca de 60 homens trabalhavam no local, que ainda corre risco de desabamento e está muito quente por dentro -cerca de 60ºC, segundo os bombeiros. Um caminhão com um imenso alicate hidráulico, que picota lajes, é usado para abrir caminho.
O prédio que abrigava a TAM Express só poderá ser demolido depois que a Polícia Civil concluir inquérito policial sobre o caso, mas o risco de desabamento ainda é grande.


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