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Caixa com vozes dos pilotos foi achada só ontem
ANDRÉ CARAMANTE
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
A caixa com os dados de voz
do piloto e do co-piloto do Airbus-A320 da TAM foi achada
somente ontem pelos técnicos
do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos), órgão vinculado
ao Ministério da Defesa e à FAB
(Força Aérea Brasileira) em
meio aos destroços da aeronave, em Congonhas.
Até a manhã de ontem, o comando da FAB (Força Aérea
Brasileira) e os responsáveis
pela investigação sobre as causas do acidente acreditavam
que os outros dois equipamentos retirados dos destroços e levados quinta-feira para análises no NTSB (National Transportation Safety Bureau) em
Washington, nos Estados Unidos, eram as duas caixas-pretas
do avião: uma com os dados do
vôo, chamada de FDR, e outra
com as vozes, a CVR.
Segundo o comando da FAB,
a descoberta de que um dos
equipamentos levados aos Estados Unidos não tinha as conversas do comandante Kleyber
Lima e do o co-piloto Henrique
Stephanini Di Sacco gravadas
ocorreu quando as peças já
eram analisadas pelos técnicos
americanos do NTSB.
O equipamento tratado inicialmente pelos técnicos de investigação do Cenipa como o
que tinha as vozes dos dois responsáveis pelo Airbus-A320 da
TAM estava muito danificado
pelo fogo e pelo impacto sofrido pela aeronave.
O equipamento que continha
realmente as vozes do piloto e
do co-piloto do Airbus-A320 da
TAM seguiu, ainda de acordo
com o comando da FAB, para os
Estados Unidos na tarde de ontem e deverá começar a ter as
transcrições das falas preparadas ainda na tarde de hoje.
Todos os dados das operações realizadas durante todo o
período do vôo JJ 3054, de Porto Alegre para São Paulo, na
tarde de terça-feira, já começaram a ser analisados pelos técnicos do NTSB. Depois dos dados terem sido retirados integralmente, um simulador de
vôo receberá as informações e o
vôo JJ 3054 será recriado.
Calor de 60ºC
Alguns pedaços da aeronave
ainda eram encontrados ontem
pelos bombeiros no prédio da
TAM Express. Ontem, cerca de
60 homens trabalhavam no local, que ainda corre risco de desabamento e está muito quente
por dentro -cerca de 60ºC, segundo os bombeiros. Um caminhão com um imenso alicate
hidráulico, que picota lajes, é
usado para abrir caminho.
O prédio que abrigava a TAM
Express só poderá ser demolido depois que a Polícia Civil
concluir inquérito policial sobre o caso, mas o risco de desabamento ainda é grande.
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