São Paulo, sexta-feira, 22 de julho de 2011

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À luz do dia, mulher é atacada no metrô

Vítima diz que homem abaixou as calças e ficou nu da cintura para baixo; mesmo sob ameaça, ela conseguiu fugir

Foi o sétimo caso de ato obsceno em estações neste ano; empresa registrou o primeiro estupro em 19 de abril

VANESSA CORREA
RICARDO GALLO
DE SÃO PAULO

Uma mulher foi vítima de ataque sexual à luz do dia na estação Sacomã do metrô, em São Paulo. O crime ocorreu na terça de manhã, num ponto não monitorado por câmeras. A vítima foi uma monitora educacional de 34 anos.
Foi o sétimo caso de ato obsceno no metrô em 2011.
Também houve, neste ano, o primeiro registro de estupro dentro de um vagão, em 19 de abril: um homem rasgou a calcinha de uma passageira e tocou em suas partes genitais -desde 2009, os crimes de atentado violento ao pudor passaram a ser considerados como estupro pela legislação.
O metrô ainda registrou 42 casos de "importunação" -quando um estranho se esfrega em uma mulher de forma intencional, por exemplo. Um deles, o de um homem detido na estação Anhangabaú, ocorreu ontem.
Em toda a rede do Metrô, o índice é de uma ocorrência policial a cada um milhão de usuários. No primeiro semestre, foram transportados 3,7 milhões de passageiros.
A estação Sacomã foi inaugurada em 2010 e recebe 34 mil usuários por dia. Segundo o metrô, ela ganhará reforço na segurança.
Rubens Menezes, chefe da segurança do Metrô, explica que os agentes não têm posto fixo, ou seja, ficam percorrendo as estações. Quando há ocorrência num local sem agentes, os de estações próximas são enviados.
A monitora atacada na terça contou que o homem abaixou as calças e ficou nu da cintura para baixo, com o pênis ereto. Depois, afirmou, ele a segurou pelo pulso e pela gola da camisa e lhe apontou uma "faca ou estilete".
Ela, então, se desvencilhou dele e fugiu, aos gritos de "tarado, tarado". O autor chegou a ser perseguido por pedestres, mas fugiu.
Ontem, a polícia divulgou imagens do circuito interno. O homem é moreno escuro, tem cerca de 1,85 m e usava jaqueta preta e calça de moletom clara. Até as 20h30, ele não havia sido detido.
Na hora do ataque, dois seguranças faziam a ronda no local, mas não viram a cena.
O vídeo mostra o homem circulando pela estação antes de ser abordado pela mulher. Ela disse ter lhe perguntado onde ficava o embarque.
O homem apontou-lhe uma escada como o destino correto; não era. Ele a seguiu e a abordou, sem nada falar.
O caso foi registrado como ameaça, ato obsceno e lesão corporal cautelar. Se for preso e condenado, a pena não supera um ano de prisão.
Se o homem fizesse a mulher segurar em seu órgão genital, ou a abraçasse, por exemplo, o crime seria de estupro, segundo o advogado Luiz Flávio Gomes.


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