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SAÚDE
Portaria estabelece que 10% da verba federal para doenças sexualmente transmissíveis e Aids irá para parcerias com ONGs
SUS vai financiar projetos na área de Aids
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Projetos de organizações não-governamentais que trabalham
com DST-Aids passarão a ser incorporados e financiados pelo
SUS. A portaria do Ministério da
Saúde, elaborada com os conselhos estaduais e municipais de
saúde, atende uma das principais
reivindicações das ONGs.
Incluídas na política e nas verbas do SUS, as organizações se liberam dos financiamentos atrelados ao Banco Mundial e ganham
maior autonomia para propor e
elaborar projetos locais.
O anúncio da portaria foi feito
em Aracaju (SE), onde terminou
ontem o 1º Seminário Aids e Sustentabilidade, com participação
da Coordenação Nacional de Aids
e cerca de 400 ONGs.
Segundo Alexandre Grangeiro,
do Programa Nacional de Aids, a
portaria estipula que 10% dos R$
100 milhões que o SUS está repassando este ano para ações relacionadas a doenças sexualmente
transmissíveis e Aids sejam empregados em projetos em parcerias com ONGs.
Os R$ 10 milhões podem financiar cerca de 200 projetos. As verbas do SUS para a Aids já são repassadas para 27 Estados e chegarão a 390 municípios.
Cristina Câmara, também da
coordenação nacional, lembra
que além da verba dos SUS, as
ONGs contarão com financiamento do programa Aids 3, que
está sendo negociado.
"A portaria é um reconhecimento de que as ONGs estão fazendo ações que o SUS não pode
fazer", diz Mario Scheffer, do
Grupo Pela Vidda, de São Paulo.
"Dentro desse princípio, ONGs
que trabalham com outros temas
de saúde também poderão ser incorporadas pelo SUS."
"A preocupação das ONGS agora é administrar suas ações sem os
recursos do Banco Mundial", diz
Gilvane Casimiro, presidente do
Grupo de Incentivo à Vida (GIV).
Experiências premiadas
No encontro de Aracaju, o Ministério da Saúde premiou com
R$ 50 mil quatro ONGs que se
destacaram por suas iniciativas
em captação de recursos e fortalecimento institucional. As vencedoras foram: a organização Barong, de São Paulo, com o projeto
de venda de preservativos subsidiados; o grupo Davida, do Rio,
que coordena a Rede Brasileira de
Profissionais do Sexo; a ABIA
(Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids), também do Rio,
pelas políticas de saúde e democratização da informação; e o Gapa de Porto Alegre, por um projeto de controle social e assessoria.
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