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POLÍCIA FORA DA LEI
Delegados dizem que foram convocados
Promotoria investiga uso de carro da polícia em ato pró-secretário
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público de São
Paulo abriu investigação ontem
para a apurar o uso de carros da
Polícia Civil e a participação de
policiais em horário de trabalho
no ato de anteontem na Assembléia Legislativa em que entidades
de direitos humanos pediram o
afastamento do secretário da Segurança Pública do Estado, Saulo
de Castro Abreu Filho, por causa
da apuração em andamento sobre irregularidades no serviço de
inteligência da Polícia Militar.
A presença de delegados e investigadores desarticulou o ato,
convocado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia
há uma semana, para pedir ""apuração séria" sobre as ações suspeitas do Gradi (Grupo de Repressão
e Análise dos Delitos de Intolerância), que usou presos infiltrados em quadrilhas, à margem da
lei, suspeito de tortura, abuso de
autoridade e homicídio.
Os manifestantes pró-Abreu Filho, na maioria policiais civis, lotaram o auditório, com 330 lugares, onde ocorreria a manifestação. Quando as entidades de direitos humanos chegaram, não
havia mais lugares. Houve vaias
durante a tentativa de dividir o
plenário, até que o lugar do encontro foi mudado. Segundo o
Ministério Público, o procedimento irá apurar se houve irregularidade administrativa prevista
na Lei de Improbidade. ""Pelo uso
de carros e pela mobilização de
policiais que deveriam estar trabalhando", disse o promotor Sílvio Marques, da Cidadania.
A Folha localizou 19 veículos da
Polícia Civil estacionados do lado
de fora da Assembléia, um deles
de Santos. Estiveram presentes no
ato ao menos dois integrantes do
Conselho de Polícia Civil, órgão
máximo da corporação, que manifestou apoio por escrito ao secretário na semana passada.
O promotor irá pedir esta semana informações sobre os veículos
usados e funcionários que foram
ao encontro à Secretaria da Segurança Pública, Delegacia Geral da
Polícia Civil e Comissão de Direitos Humanos da Assembléia.
Dois delegados ouvidos anteontem pela Folha, durante o ato na
Assembléia, disseram ter sido
convocados por superiores para
dar apoio ao secretário.
Ontem, a Secretaria da Segurança, por meio de sua assessoria, informou que não se manifestaria sem o início do procedimento da Promotoria.
(ALESSANDRO SILVA)
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