São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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Visitas tentam identificar vítimas

DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco pessoas compareceram ontem ao Hospital do Servidor Público Municipal para tentar identificar uma das vítimas da chacina contra moradores de rua ocorrida na madrugada de quinta-feira no centro de São Paulo e uma outra, que chegou ao hospital na sexta-feira às 12h28 com agressões semelhantes às sofridas pelas outras vítimas. A administração do hospital informou que as pessoas chegam em busca de parentes desaparecidos. Nenhum dos dois foi identificado.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública considera, oficialmente, dez vítimas para o caso. Quatro já morreram e as outras seis continuam em estado grave. Ainda não se sabe se essa 11ª vítima, internada na sexta-feira também com traumatismo craniano, tem ligação com o caso.
A polícia identificou ontem, pelas impressões digitais, Vanderlei Moreira Alves, 30, um dos três moradores de rua internados no Hospital do Servidor Público. Eles estão internados na UTI e correm risco de morte.
Duas outras vítimas estão internadas na Santa Casa: Daniel Gomes de Sousa, 44, e outro homem, ainda não identificado. Eles não receberam visitas. Tiveram traumatismo craniano e estão internados na UTI do hospital.
Messias Rodrigues Moreira, internado em Ermelino Matarazzo, está sedado e apresenta fortes dores de cabeça. O outro homem, ainda não identificado, continua na UTI, em coma induzido. Eles também não receberam visitas.
Ivanildo Amaro da Silva, 41, foi enterrado às 14h no Cemitério da Saudade, em São Miguel Paulista (zona leste). Compareceram cerca de 30 pessoas, entre elas o padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua.
O enterro de Cosme Rodrigues Machado, 56, ocorreu às 17h de no Cemitério da Vila Formosa (zona leste) e reuniu cerca de 15 pessoas. A barraqueira Cristina Silva, 28, que conhecia Machado, disse que ele costumava dormir dentro de uma van de lanches, a pedido da proprietária. Há 15 dias, ele disse que voltaria a dormir na rua, pois desconhecidos haviam ameaçado matá-lo se continuasse a dormir ali. "Como ele tinha problemas mentais, não acreditei", disse Silva.
Os outros dois mortos, cujos corpos estão no IML (Instituto Médico Legal), só devem ser enterrados nos próximos dias pois ainda não foram identificados


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