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ENSINO
Procuradoria questiona sistema
Cresce procura por cota racial na federal do PR
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
A UFPR (Universidade Federal
do Paraná) manteve a reserva de
vagas para estudantes afrodescendentes e oriundos de escolas
da rede pública. O sistema de cotas na instituição está sendo questionado pela Procuradoria da República na Justiça Federal.
Os dados sobre o vestibular
2005 foram divulgados ontem pela universidade. Dos 44.682 inscritos, 2.369 (5,2% do total) optaram pelas vagas destinadas a afrodescendentes, e 13.791 (31%) se
inscreveram para as vagas reservadas a alunos que sempre estudaram na rede pública.
Em comparação com os dois
anos anteriores, aumentou a procura de estudantes que se declararam negros. Em 2002, eles correspondiam a 2,2%. No ano passado,
o índice ficou em 2,7%. Já o percentual de alunos inscritos oriundos de escolas da rede pública
caiu: era de 35% em 2002 e também em 2003.
Para a reitoria da universidade,
dificilmente as vagas preferenciais serão preenchidas integralmente. Isso porque a reserva de
cotas só é válida na segunda fase
do vestibular, quando muitos
candidatos que poderiam se beneficiar do sistema já poderão estar fora da disputa.
O número de inscritos agora
também ficou abaixo do registrado no ano passado, quando
46.531 alunos concorreram no
vestibular da instituição.
Outros vestibulares
De acordo com o reitor Carlos
Augusto Moreira Júnior, a fase
eliminatória coincidiu com outros vestibulares, como da USP
(Universidade de São Paulo) e da
Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
"Essa escolha foi proposital para evitar que candidatos de outros
Estados se inscrevam e, depois de
aprovados, escolham outras instituições", disse o reitor.
A primeira fase do vestibular da
UFPR será realizada no dia 28 de
novembro. As provas da etapa final acontecem nos dias 19 e 20 de
dezembro.
No dia 9 de agosto, o procurador da República em Guarapuava
(PR) Pedro Paulo Reinaldin entrou na Justiça com uma ação civil
pública e pedido de liminar para
derrubar o sistema de cotas aprovado pela UFPR, alegando se tratar de "uma solução compensatória que não ataca o problema na
raiz". O processo está tramitando
e, por enquanto, não há impedimento legal para a reserva de cotas na instituição.
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