São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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ENSINO

Procuradoria questiona sistema

Cresce procura por cota racial na federal do PR

ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA

A UFPR (Universidade Federal do Paraná) manteve a reserva de vagas para estudantes afrodescendentes e oriundos de escolas da rede pública. O sistema de cotas na instituição está sendo questionado pela Procuradoria da República na Justiça Federal.
Os dados sobre o vestibular 2005 foram divulgados ontem pela universidade. Dos 44.682 inscritos, 2.369 (5,2% do total) optaram pelas vagas destinadas a afrodescendentes, e 13.791 (31%) se inscreveram para as vagas reservadas a alunos que sempre estudaram na rede pública.
Em comparação com os dois anos anteriores, aumentou a procura de estudantes que se declararam negros. Em 2002, eles correspondiam a 2,2%. No ano passado, o índice ficou em 2,7%. Já o percentual de alunos inscritos oriundos de escolas da rede pública caiu: era de 35% em 2002 e também em 2003.
Para a reitoria da universidade, dificilmente as vagas preferenciais serão preenchidas integralmente. Isso porque a reserva de cotas só é válida na segunda fase do vestibular, quando muitos candidatos que poderiam se beneficiar do sistema já poderão estar fora da disputa.
O número de inscritos agora também ficou abaixo do registrado no ano passado, quando 46.531 alunos concorreram no vestibular da instituição.

Outros vestibulares
De acordo com o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior, a fase eliminatória coincidiu com outros vestibulares, como da USP (Universidade de São Paulo) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
"Essa escolha foi proposital para evitar que candidatos de outros Estados se inscrevam e, depois de aprovados, escolham outras instituições", disse o reitor.
A primeira fase do vestibular da UFPR será realizada no dia 28 de novembro. As provas da etapa final acontecem nos dias 19 e 20 de dezembro.
No dia 9 de agosto, o procurador da República em Guarapuava (PR) Pedro Paulo Reinaldin entrou na Justiça com uma ação civil pública e pedido de liminar para derrubar o sistema de cotas aprovado pela UFPR, alegando se tratar de "uma solução compensatória que não ataca o problema na raiz". O processo está tramitando e, por enquanto, não há impedimento legal para a reserva de cotas na instituição.


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