|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crescem casos de crianças que se ferem em parquinhos
Atendimentos leves no HC de SP aumentaram 65%
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Local de diversão e desenvolvimento das crianças, os parquinhos têm feito cada vez
mais vítimas. Levantamento do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo indica que, em cinco anos, o número de atendimentos por
traumas leves em crianças entre 0 e 5 anos aumentou 65%.
Em geral, os jovens sofrem
lesões como cortes e raspões.
Casos graves, como a morte de
duas crianças em Curitiba, são
raros. Mesmo assim, pediatras
têm preocupação com a falta de
segurança e de leis sobre os
brinquedos de parquinhos,
playgrounds e bufês infantis.
No HC, foram feitos 585
atendimentos de traumas leves
em 2000. Cinco anos depois, o
foram 965 -os traumas leves
são, principalmente, acidentes
em cozinhas e parquinhos.
Não há dados gerais sobre lesões em parquinhos no país.
Mas especialistas afirmam que
o aumento no HC ilustra uma
realidade diária.
Para eles, há duas explicações para esse aumento: a sofisticação e a conseqüente maior
"potência" de alguns brinquedos e a maior oferta deles.
"Quase todas as famílias de
melhores condições hoje fazem
festas em bufês. E quase todos
os novos condomínios colocam
playgrounds. As crianças estão
usando mais esses brinquedos", disse a professora de enfermagem pediátrica da Universidade Federal de São Paulo
Maria Harada.
"Hoje em dia há brinquedos
que antes não existiam, como a
cama elástica", diz a pediatra
Regina Maria Rodrigues, uma
das autoras do estudo do HC.
Mas o perigo não está só nos
novos equipamentos. David
Sztajnbok, 3, por exemplo,
brincava em um escorregador
há três meses, quando, em um
descuido da mãe, Clarice, caiu
de dois metros. Ficou todo vermelho e chorou muito. A cena
desesperou a mãe. "Foi descuido da mãe, ela sabe", diz o pai, o
pediatra Sergio Sztajnbok.
A avaliação de Sergio é reforçada por especialistas -para
eles, a supervisão dos pais é o
fator mais importante para evitar pequenas lesões nas crianças. Eles ressaltam, porém, que
os brinquedos são importantes
para o desenvolvimento das
crianças (leia mais ao lado).
O setor de brinquedos de
parquinhos e bufês não possui
uma normatização de qualidade. Existem apenas normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas para fabricantes
de brinquedos para playgrounds, mas não são obrigatórias. Elas abrangem equipamentos fixos como o balanço.
"Como envolve segurança,
deveria haver normas obrigatórias", diz a coordenadora da
ONG Criança Segura, Luciana
O'Reilly.
Texto Anterior: Estagnação na década de 60 afastou público Próximo Texto: Atenção de pais evita acidente, diz especialista Índice
|