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Associação teme prejuízo econômico
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos principais argumentos da Abresi (Associação Brasileira de Gastronomia, Hospedagem e Turismo) contra o banimento ao
fumo em bares e restaurantes é a perda econômica que
resultaria na medida. Segundo a entidade, o prejuízo pode chegar a 30%.
A entidade diz que essa
perda deve-se ao fato de que
os fumantes ficam mais tempo e consomem mais nos bares. Nas primeiras intervenções sobre as perdas que a
restrição provocaria, a entidade dizia se basear num estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Depois que entidades que
combatem o fumo apontaram que esse estudo havia sido financiado pela Souza
Cruz, a Abresi mudou a versão: diz que a queda de 30%
no faturamento de bares foi
obtida em contatos com associações internacionais similares, como a da Irlanda e
do Canadá.
Um dos documentos da
Philip Morris que traça estratégias para atacar a restrição ao fumo sugere que as
entidades apontem as perdas
econômicas em seus negócios que o banimento causaria. Não há, porém, evidências científicas de que o veto
total ao fumo em bares e restaurantes provoque redução
no faturamento.
Impacto
Uma pesquisadora canadense, Rita Luk, revisou 115
pesquisas sobre as conseqüências econômicas do banimento e concluiu que não é
possível afirmar que a restrição provoque impacto no faturamento dos estabelecimentos e no nível de emprego existente.
"Estudos de alta qualidade
tendem a concluir que a legislação que proíbe o cigarro
não afeta negativamente a
indústria da hospitalidade",
afirma.
Em Nova York, por exemplo, um estudo apontou que
houve aumento de 8,7% no
faturamento dos restaurantes depois que o fumo foi banido em 2003.
Pesquisas que apontavam
queda no faturamento padeciam de um viés que as desqualificava do ponto de vista
acadêmico: elas não haviam
sido revisadas por outros
pesquisadores, como exige o
código de ética científico.
(MCC)
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