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Greve fracassa, mas cidade continua suja
Sindicato afirma ter parado 20% da categoria contra a demissão de 1.800 pessoas, mas empresas dizem que adesão foi baixíssima
Cidade continuou tão suja como já estava nos últimos 15 dias, quando começaram a ser sentidos os efeitos do corte de 20% nos gastos
Danilo Verpa/Folha Imagem
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Lixo na rua 25 de Março, no centro de SP; paralisação de garis na cidade mobilizou 20% da categoria, mas foi suspensa à tarde
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
PABLO SOLANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A greve dos garis fracassou
ontem São Paulo. O sindicato
afirma ter parado 20% da categoria contra a demissão de
1.800 pessoas, mas a cidade não
ficou mais suja por isso.
Continuou tão suja como já
estava nos últimos 15 dias,
quando começaram a ser sentidos os efeitos do corte de 20%
nos gastos da gestão Gilberto
Kassab (DEM) com o setor.
No fim da tarde, o sindicato
anunciou que a paralisação foi
suspensa e que novas reuniões
de conciliação foram marcadas.
Segundo as empresas, a adesão
ao movimento foi baixíssima.
Responsável pela fiscalização do serviço, a Secretaria das
Subprefeituras informou, em
nota, que "não foram detectadas alterações da rotina de trabalho". Atualmente as subprefeituras contam com 83 fiscais.
Nas ruas
"Geralmente o varredor não
tem passado por aqui. E quando passa, não varre nada", afirma o zelador Reginaldo Victor
da Silva, 31, que trabalha na rua
Avanhandava, no centro. Diante de tanta sujeira, o jornaleiro
Júnior Oliveira, 35, diz que a
solução tem sido limpar ele
próprio em frente à sua banca.
A Folha visitou várias regiões da cidade e, de modo geral, escutou dos moradores a
mesma coisa: nas últimas duas
semanas a cidade está bem
mais suja.
Na rua Conselheiro Furtado
(Liberdade), por exemplo, os
varredores devem passar por lá
três vezes ao dia, mas o comerciante Manoel de Lucena, 56,
conta que eles não cumprem
mais essa regularidade.
Plásticos e papéis eram encontrados ontem por volta de
meio-dia em quase toda a extensão das sarjetas da rua.
O acúmulo de lixo também é
motivo de reclamação na rua
Treze de Maio, na Bela Vista
(região central), onde os varredores deveriam passar três vezes ao dia. Na avenida Jacu-Pêssego (zona leste), comerciantes disseram que há um
mês não é feita a varrição.
O corte na varrição foi feito,
segundo Kassab, devido à crise
financeira que reduziu a previsão de receita da prefeitura de
R$ 29 bilhões para R$ 25 bilhões. O prefeito diz que só poderá gastar R$ 903 milhões
com limpeza -mesmo valor de
2008- e que os cortes foram
necessários para adequar os
pagamentos a este valor.
"Todas as ruas da cidade estão passando pelo readequação
de freqüência de varrição. É
bom ressaltar que não haverá
prejuízos na quilometragem
varrida ou tonelagem de lixo
recolhido", diz a secretaria.
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