COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O inverno mais chuvoso dos últimos 66 anos acaba hoje, às 18h18, mas a previsão é que as chuvas continuem primavera adentro, segundo o CPTec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos).
Em São Paulo, assim como nos demais Estados do Sudeste e em todo o Centro-Oeste, a influência do fenômeno El Niño -o aquecimento cíclico natural das águas do oceano Pacífico- durante a nova estação provocará aumento da umidade e eventuais temporais devido à chegada de frequentes frentes frias.
Chegam também com as massas frias intensas variações de temperatura. A previsão é de uma primavera mais quente do que a média do período pelo menos até novembro -na cidade de São Paulo, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, o tempo deve continuar nublado e chuvoso ao longo desta semana.
Esse perfil climatológico, segundo a pesquisadora do Instituto de Botânica de São Paulo Adriana Fidalgo, é favorável à floração mais intensa das árvores da cidade.
"A chuva é um gatilho para a floração, já que as folhas ficam com o metabolismo estimulado", explica.
Por conta disso, se já era possível ver ipês-amarelos e jacarandás-mimosos florescendo pelas principais ruas da cidade, a tendência é que o cenário fique ainda mais colorido.
"Nesta época é comum ver florescer as sibipirunas, que já estão no auge, além dos ipês-brancos, as patas-de-vaca e as tipuanas", diz a pesquisadora.
Adriana explica que a grande quantidade de chuvas durante o inverno antecipou a floração de algumas espécies. A quaresmeira, típica dos três primeiros meses do ano, por exemplo, está florescendo agora.
Os ipês-amarelos, que costumavam dar flores em setembro, já estavam coloridos em agosto.
De acordo com a pesquisadora, fenômenos como esses são comuns em grandes cidades, onde as árvores ficam suscetíveis à poluição, a alterações artificiais de temperatura e à pouca permeabilidade do solo.