São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2011

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São Paulo libera 24 mil pontos para propaganda

Licitação de até R$ 5,6 bilhões será a maior da gestão Gilberto Kassab

Câmara aprova projeto que permite publicidade em relógios digitais de rua e abrigos em pontos de ônibus


DE SÃO PAULO

Cinco anos após a implantação da Lei Cidade Limpa, que extinguiu a publicidade exterior nas ruas de São Paulo, a cidade voltará a ter propaganda nas ruas.
A Câmara Municipal aprovou ontem à noite um projeto de lei do prefeito Gilberto Kassab que autoriza a colocação de propaganda em cerca de 24 mil locais da cidade - mil relógios digitais e aproximadamente 23 mil paradas de ônibus.
Com isso, a prefeitura está autorizada a abrir licitação para a escolha das empresas que prestarão o serviço. Hoje, a cidade tem cerca de 300 relógios e 7.000 abrigos nos pontos de ônibus.
As empresas que vencerem o processo ficarão obrigadas a instalar mil novos relógios -os atuais serão desativados-, substituir os abrigos existentes -os novos deverão ter câmeras de monitoramento- e instalar outros 16 mil, em locais que a prefeitura ainda irá definir.
Em troca, as empresas poderão explorar a publicidade nesses locais, assim como nos terminais de ônibus.
A prefeitura também poderá determinar a instalação de totens nos pontos de ônibus, mas sem publicidade.
A negociação pode envolver até R$ 5,6 bilhões somente para a compra, instalação e manutenção dos novos equipamentos por até 30 anos, período máximo da concessão do serviço.
O mercado publicitário estima que a prefeitura possa receber até R$ 400 milhões pelo serviço durante o período do contrato, em pagamentos mensais. O valor dessa remuneração será definida por decreto do prefeito.

MULTINACIONAIS
Essa licitação, a maior da gestão Kassab, pode ser aberta ainda neste ano. A oposição ao prefeito apontava ontem, durante a votação do projeto, que os contratos devem ser entregues a empresas multinacionais do setor.
Adilson Amadeu (PTB) ironizou que faltavam, no texto do projeto, cláusulas em espanhol e francês. Aurélio Miguel (PR) acrescentou que também faltavam textos em inglês. Os dois fazem oposição ao governo Kassab.
As declarações são uma referência às três maiores empresas do setor de mobiliário urbano do mundo - a norte-americana Clear Channel, a espanhola Cemusa e a francesa JCDecaux-, tidas pelo mercado como as favoritas para vencer a concorrência.
Os detalhes da licitação ainda não estão definidos. O projeto aprovado ontem -Kassab tem 15 dias úteis para sancionar o texto e transformar em lei- apenas autoriza a prefeitura a abrir a licitação, mas as regras do processo serão definidas por decreto de Kassab e pelo próprio edital da concorrência. (EVANDRO SPINELLI)


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