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Secretário da Segurança nega tortura em delegacias no PR
WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins
de Oliveira, afirmou que não existe indício de tortura contra presos
nas delegacias de Curitiba (PR).
Fotografias tiradas em duas delegacias são os principais indícios
do Conselho da Comunidade para acusar policiais de torturar presos em paus-de-arara em delegacias da capital do Paraná.
As fotos, publicadas ontem pela
Folha, mostram buracos em paredes das delegacias de Furtos e
Roubos e Furtos e Roubos de Veículos. Eles serviriam para apoiar
uma das extremidades da barra
transversal do pau-de-arara.
"Veja bem, existe buraco lá, mas
e daí? Os delegados dizem que
aquele buraco é antigo, não é de
agora, e que jamais serviu para
tortura", afirmou Oliveira, que há
15 dias designou um delegado especial para investigar a denúncia.
O Conselho da Comunidade,
entidade que acompanha a política de segurança pública e direitos
humanos no Paraná, elaborou
um relatório de 800 páginas com
depoimentos de presos que disseram ter sido vítimas de tortura no
pau-de-arara nas duas delegacias.
"Tudo bem, eu admito que o relatório seja feito de boa-fé por
pessoas sérias. Agora, você tem de
considerar que no mundo inteiro
o preso, sobretudo o profissional
do crime, alega em juízo que confessou na delegacia sob tortura.É
comum", disse o secretário.
O delegado disse que a investigação deve estar concluída em
dez dias. "Eu cobrei o delegado
que está investigando a denúncia
e fui informado que não existe nenhuma prova de tortura", afirmou Oliveira.
Em geral, o pau-de-arara é
montado com uma barra de ferro
ou madeira apoiada em dois cavaletes. Na versão "paranaense",
o cavalete apoiaria somente uma
das extremidades.
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