São Paulo, Sexta-feira, 22 de Outubro de 1999
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Secretário da Segurança nega tortura em delegacias no PR


WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba



O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, afirmou que não existe indício de tortura contra presos nas delegacias de Curitiba (PR).
Fotografias tiradas em duas delegacias são os principais indícios do Conselho da Comunidade para acusar policiais de torturar presos em paus-de-arara em delegacias da capital do Paraná.
As fotos, publicadas ontem pela Folha, mostram buracos em paredes das delegacias de Furtos e Roubos e Furtos e Roubos de Veículos. Eles serviriam para apoiar uma das extremidades da barra transversal do pau-de-arara.
"Veja bem, existe buraco lá, mas e daí? Os delegados dizem que aquele buraco é antigo, não é de agora, e que jamais serviu para tortura", afirmou Oliveira, que há 15 dias designou um delegado especial para investigar a denúncia.
O Conselho da Comunidade, entidade que acompanha a política de segurança pública e direitos humanos no Paraná, elaborou um relatório de 800 páginas com depoimentos de presos que disseram ter sido vítimas de tortura no pau-de-arara nas duas delegacias.
"Tudo bem, eu admito que o relatório seja feito de boa-fé por pessoas sérias. Agora, você tem de considerar que no mundo inteiro o preso, sobretudo o profissional do crime, alega em juízo que confessou na delegacia sob tortura.É comum", disse o secretário.
O delegado disse que a investigação deve estar concluída em dez dias. "Eu cobrei o delegado que está investigando a denúncia e fui informado que não existe nenhuma prova de tortura", afirmou Oliveira.
Em geral, o pau-de-arara é montado com uma barra de ferro ou madeira apoiada em dois cavaletes. Na versão "paranaense", o cavalete apoiaria somente uma das extremidades.




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