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Presidencialismo também virou jogo rápido em 93
DA REPORTAGEM LOCAL
A velocidade com que o "não"
engoliu o "sim" (há três meses, 8
em cada 10 entrevistados declaravam-se favoráveis à proibição do
comércio de armas e munições)
parece espantosa. Hoje, o "não"
tem 57% das intenções de voto,
contra 43% do "sim". Mas, em
1993, quando ocorreu o plebiscito
sobre o sistema de governo, um
fenômeno parecido aconteceu.
Pouco mais de quatro meses antes da data marcada para a consulta (que aconteceu em 21 de
abril de 1993), o parlamentarismo
confrontando-se com o presidencialismo na preferência popular, o
parlamentarismo cravava a maioria absoluta das escolhas: 52%
contra 48% de intenções para o
sistema que era vigente na época.
No começo de fevereiro, menos
de um mês depois da primeira
pesquisa, presidencialismo e parlamentarismo estavam praticamente empatados na pesquisa de
intenção de votos.
No dia 7 de março, publicava-se
nova pesquisa, agora com o presidencialismo já na frente, transformado em opção da maioria absoluta do eleitorado: 52%. O parlamentarismo, na mesma pesquisa,
tinha minguado para apenas
26%, indecisos ficando em 19%.
Horário eleitoral
No dia do plebiscito, a diferença
foi ainda maior. O presidencialismo teve 60% das preferências dos
eleitores, contra os mesmos 26%
favoráveis ao parlamentarismo.
No plebiscito de 1993, como
agora, a explicação para a vertiginosa mudança de índices vem do
horário eleitoral gratuito.
Naquela época, os partidários
do presidencialismo conseguiram
pespegar no parlamentarismo a
pecha de adversário das eleições
diretas para presidente, recém-recuperadas no país, depois de 26
anos de uma ditadura militar.
Os parlamentaristas, por seu
turno, não conseguiram convencer os eleitores de que, no regime
que defendiam, também cabiam
diretas presidenciais.
Agora, no referendo sobre a comercialização das armas, os partidários do "não" conseguiram fazer passar a idéia de que os defensores do "sim" acabariam deixando os bandidos mais à vontade
para cometer seus crimes.
(LAURA CAPRIGLIONE)
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