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Colégios misturam em salas alunos de diferentes idades
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Logo que se entra na escola
Kid's Home, em Cotia, na
Grande São Paulo, uma frase do
educador Rubem Alves pregada no muro chama a atenção:
"Há escolas que são gaiolas. Há
escolas que são asas".
A sentença resume parte do
que o colégio particular de educação infantil procura oferecer.
Lá, os espaços não têm cara de
sala de aula e todas as crianças
fazem as atividades, conforme
sua escolha. Com isso, numa
mesma aula pode haver alunos
de diferentes idades.
Assim que chegam à escola,
um quadro com cinco tarefas
para o dia está à disposição. A
criança decide o que fazer.
"Existem possibilidades de
pintura, de oficina de letras, de
histórias. Mas há estímulos. Se
vemos que a criança só vai às
oficinas de letrinhas e de matemática, incentivamos que ela
vá às de pintura, por exemplo",
explica a diretora da escola, Regina Balthazar Pundek.
Segundo ela, os pais são avisados quando chegam à escola
de que o objetivo não é fazer
com que todos cheguem aos
seis anos de idade já alfabetizados. Isso não significa, no entanto, que elas fiquem sem conteúdo. Ela afirma que já há alunos com quatro anos que lêem
boa parte do que lhes é apresentado.
Regina questiona o que deve
ser ensinado: "Quando se é
criança, é preciso aprender as
coisas que são mais difíceis, como a convivência com o outro,
a tolerância, a flexibilidade e,
inclusive, aprender a escolher e
a se posicionar", aponta.
Mariângela Schalka, 35, escolheu a Kid's Home para seu
filho Luiz, 3, por não parecer
uma escola tradicional. "Para
deixar meu filho fechado com
todas as crianças, bastava mantê-lo no apartamento", afirma.
No Rio de Janeiro, a escola Sá
Pereira, na zona sul da cidade,
também adota a mesma estratégia de não separar as turmas
por idade. Segundo a diretora,
Maria Teresa Moura, o convívio entre crianças de diferentes
idades é benéfico para todos.
"Os alunos mais velhos estimulam os mais novos, e estes
muitas vezes também desafiam
os colegas. Às vezes, o professor
precisa intervir, mas criamos
um ambiente que não é de competição. A criança aprende em
meio à diversidade como ser
solidária", diz Maria Teresa.
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