São Paulo, segunda-feira, 22 de outubro de 2007

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Jovens se recusam a falar do caso; prisão surpreende famílias

Parentes negaram que os acusados tivessem histórico de violência ou algum envolvimento com grupos punks

DA REPORTAGEM LOCAL

Os nove jovens acusados de espancar o estudante Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho, 17, se recusaram a falar sobre o caso na delegacia, segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública.
A reportagem não conseguiu acesso aos jovens presos -sete deles permaneciam ontem à tarde na carceragem do 2º Distrito Policial (Bom Retiro, na região central) e dois foram levados para a Fundação Casa (ex-Febem). Eles não tinham advogado constituído.
Mães de três dos acusados ouvidas pela Folha negaram que seus filhos tivessem histórico de violência ou que soubessem de seu suposto envolvimento com grupos punks.
A mãe de Karoline Ribeiro de Castro, Ivanete de Castro, não sabia, ontem à tarde, que sua filha estava presa devido ao ataque. Ivanete disse que sua filha não é punk, mas que costumava sair à noite com "uma turminha" de amigas.
"Eu não sabia que ela estava andando com essa gente. Ela sai nos finais de semana com as amiguinhas dela, é uma pessoa normal", afirmou a mãe, que ainda iria tentar falar com a filha no final da tarde.
Leonice Rodrigues, mãe de Hudson Guimarães Rodrigues, disse não saber se o filho é punk, mas havia saído de casa no sábado vestido de preto.
"Não sei se ele é punk ou não, mas andava com uma turma, com umas pessoas assim. Só estava de preto, de camiseta preta, mas não conheço os detalhes do que aconteceu", disse Leonice. "Não acho que ele esteja envolvido."
A mãe de Thiago Pedro de Sousa Severino, que se identificou apenas como Iraci, disse só saber que o filho havia saído no sábado com amigos do bairro para ir a um show de rock na região do Bom Retiro.
Segundo ela, Thiago afirmou que estaria com vizinhos, mas depois encontrou uma "turma" e se desencontrou dos amigos. "Ele saiu de casa e ainda não voltou, a gente estava esperando", declarou.
Thiago, segundo ela, trajava calça branca e camiseta preta e calçava botas. "Ele não é punk, só encontrou aqueles rapazes punks, minha vizinha viu na internet o que aconteceu lá, a briga. Nunca teve passagem pela polícia", disse.
A Folha também telefonou para a casa de Johni Galanciak e deixou recado na secretária eletrônica, mas ninguém telefonou de volta até o final da noite de ontem.
A reportagem também não conseguiu localizar ontem os familiares de Bruno Finotti Rezende, Antonio Thiago Borges de Oliveira e Bruno Ribeiro Brito, também acusados, nos telefones disponibilizados pela Polícia Civil. Não havia telefone no nome deles na lista.


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