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Jovens se recusam a falar do caso; prisão surpreende famílias
Parentes negaram que os acusados tivessem histórico de violência ou algum envolvimento com grupos punks
DA REPORTAGEM LOCAL
Os nove jovens acusados de
espancar o estudante Guilherme Witiuk Ferreira de Carvalho, 17, se recusaram a falar sobre o caso na delegacia, segundo a assessoria da Secretaria de
Estado da Segurança Pública.
A reportagem não conseguiu
acesso aos jovens presos -sete
deles permaneciam ontem à
tarde na carceragem do 2º Distrito Policial (Bom Retiro, na
região central) e dois foram levados para a Fundação Casa
(ex-Febem). Eles não tinham
advogado constituído.
Mães de três dos acusados
ouvidas pela Folha negaram
que seus filhos tivessem histórico de violência ou que soubessem de seu suposto envolvimento com grupos punks.
A mãe de Karoline Ribeiro de
Castro, Ivanete de Castro, não
sabia, ontem à tarde, que sua filha estava presa devido ao ataque. Ivanete disse que sua filha
não é punk, mas que costumava sair à noite com "uma turminha" de amigas.
"Eu não sabia que ela estava
andando com essa gente. Ela
sai nos finais de semana com as
amiguinhas dela, é uma pessoa
normal", afirmou a mãe, que
ainda iria tentar falar com a filha no final da tarde.
Leonice Rodrigues, mãe de
Hudson Guimarães Rodrigues,
disse não saber se o filho é
punk, mas havia saído de casa
no sábado vestido de preto.
"Não sei se ele é punk ou não,
mas andava com uma turma,
com umas pessoas assim. Só
estava de preto, de camiseta
preta, mas não conheço os detalhes do que aconteceu", disse
Leonice. "Não acho que ele esteja envolvido."
A mãe de Thiago Pedro de
Sousa Severino, que se identificou apenas como Iraci, disse só
saber que o filho havia saído no
sábado com amigos do bairro
para ir a um show de rock na
região do Bom Retiro.
Segundo ela, Thiago afirmou
que estaria com vizinhos, mas
depois encontrou uma "turma"
e se desencontrou dos amigos.
"Ele saiu de casa e ainda não
voltou, a gente estava esperando", declarou.
Thiago, segundo ela, trajava
calça branca e camiseta preta e
calçava botas. "Ele não é punk,
só encontrou aqueles rapazes
punks, minha vizinha viu na internet o que aconteceu lá, a briga. Nunca teve passagem pela
polícia", disse.
A Folha também telefonou
para a casa de Johni Galanciak
e deixou recado na secretária
eletrônica, mas ninguém telefonou de volta até o final da
noite de ontem.
A reportagem também não
conseguiu localizar ontem os
familiares de Bruno Finotti Rezende, Antonio Thiago Borges
de Oliveira e Bruno Ribeiro
Brito, também acusados, nos
telefones disponibilizados pela
Polícia Civil. Não havia telefone no nome deles na lista.
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