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entrevista
"Poderia medir o quanto a turma melhora"
DA REPORTAGEM LOCAL
O pesquisador do Insper (ex-Ibmec SP) Eduardo Andrade afirma que o governo poderia ter escolhido outros critérios para definir quais professores receberão os reajustes.
Ele sugere que seja avaliada a evolução das turmas dos docentes.
(FT)
FOLHA - Como vê o projeto?
EDUARDO ANDRADE - O único ponto de que discordo é quanto ao uso da prova para definir quem receberá reajuste. Estudos mostram que um professor que sabe muito bem o conteúdo não necessariamente sabe ensinar ou identificar alunos com dificuldades. Mas concordo com a lógica de beneficiar os melhores. Usar critérios como assiduidade e tempo de permanência na mesma escola é importante.
FOLHA - Se não usar a prova, quais as alternativas?
ANDRADE - A Secretaria da Educação poderia medir o quanto a turma daquele professor melhora de um ano para o outro. Já há exames, como o Saresp (do próprio Estado), que avaliam os alunos. Com base nele, é pago um bônus para todos os servidores das escolas que melhoraram.
Seria preciso só aperfeiçoar um pouco os instrumentos, porque é importante saber qual professor está fazendo um bom trabalho. Um mau professor não pode ser beneficiado pelo trabalho do restante.
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