ALEXANDRE NOBESCHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Estudantes, professores e servidores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) irão escolher, entre amanhã e quinta-feira, a próxima reitoria, que terá de administrar uma dívida de aproximadamente R$ 500 milhões.
O valor, referente aos compromissos com o Ipesp (Instituto de Previdência do Estado de São Paulo), corresponde a mais da metade do orçamento que a universidade terá disponível para o próximo ano, de R$ 933 milhões.
O futuro reitor, que assumirá em 15 de janeiro, administrará mais de 10 mil funcionários, entre docentes e servidores técnicos e administrativos, e 27.353 alunos.
Diferentemente da eleição anterior, na qual os candidatos concorriam individualmente, o atual pleito será disputado por chapas.
Uma das duplas é formada pelo pró-reitor de pós-graduação e pesquisa, Marcos Macari, candidato à reitoria, e pelo diretor da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, Herman Voorwald, candidato à vice-reitoria.
A outra chapa é formada pelo diretor do Instituto de Biociências de Rio Claro, Amilton Ferreira (reitor), e pelo professor titular de filosofia de Marília Neivo Zorzetto (vice-reitor).
Para compor a lista tríplice a ser encaminhada para que o governador faça a indicação, o colégio eleitoral escolhe mais dois professores titulares para concorrer.
Segundo o presidente da comissão eleitoral, Hélio Borghi, a mudança no processo eleitoral deste ano torna a eleição mais democrática. No último pleito, por exemplo, o candidato mais votado, José Carlos Souza Trindade, foi escolhido por Mário Covas (1995-2001) para a reitoria. No entanto, o governador indicou o terceiro mais votado, Paulo Cezar Razuk, como vice.
Outra mudança no processo se refere à organização da comissão eleitoral, que, agora, é formada por sete integrantes, sendo cinco docentes e dois representantes dos servidores técnicos e administrativos. Anteriormente, uma das vagas destinadas aos servidores era dos estudantes.
A Adunesp (Associação dos Docentes da Unesp) prefere não se posicionar em relação a nenhum dos candidatos. A decisão, segundo a entidade, pretende dar continuidade à política de cobrança que a associação exerceu durante o último mandato.
A associação, porém, questiona a titulação do candidato. Atualmente, apenas os professores titulares podem concorrer à vaga de reitor. A Adunesp defende que professores livre-docentes possam participar. "Criticamos isso porque ser professor titular é uma promoção na carreira. Mas isso não significa que ele seja um bom administrador", diz.
Pela Lei de Diretrizes e Bases, a representatividade dos docentes corresponde a 70%. Já a dos servidores e alunos, 15% cada uma.

Texto Anterior: Universidade: Para professores, tema da Unicamp foi fácil
Próximo Texto: Os candidatos: Oposição priorizará licenciatura
Índice