São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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OS CANDIDATOS

Amilton Ferreira diz que curso que forma docente é negligenciado

Oposição priorizará licenciatura

DA REPORTAGEM LOCAL

O diretor do Instituto de Biologia do campus de Rio Claro, Amilton Ferreira, 62, é o candidato de oposição.
Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha.

Folha - Como o sr. analisa a atual reitoria?
Amilton Ferreira -
A gestão da Unesp que ora se encerra foi um tanto tumultuada devido a dois fatores principais: primeiro, o isolacionismo entre a administração central e a comunidade; segundo, a falta de transparência, sobretudo na questão orçamentária: não houve a necessária ponderação dos riscos que determinadas ações orçamentárias implicavam, o que conduziu nossa universidade a sérios problemas financeiros que enfrenta atualmente.

Folha - Como será o diálogo na sua eventual gestão?
Ferreira -
O gestor universitário é eleito por sua comunidade e, por isso, tem de estar sempre em sintonia com o pensamento dela, simplesmente porque a comunidade sabe exatamente quais os melhores caminhos a seguir. O gestor da Unesp tem de ter sempre em mente que, sendo a Unesp constituída por campus em diversos municípios do Estado, todas as suas ações devem visar igualmente a esses campi.

Folha - Haverá também corte de pessoal?
Ferreira -
Se eleito reitor, farei a revisão total do número absurdo de assessores existentes na atual administração central, em primeiro lugar, porque são dispendiosos, em segundo, porque a Unesp dispõe de funcionários de carreira bastante capazes.

Folha - O sr. irá priorizar alguma área?
Ferreira -
É preciso investir bastante nas unidades que têm licenciaturas, isto é, que formam professores, ultimamente negligenciadas pelas administrações, e que recebem pouco aporte das agências de fomento.

Folha - Haverá expansão no número de unidades diferenciadas?
Ferreira -
É preciso, primeiro, consolidar as unidades já existentes, garantir a constância do fluxo de recursos oficiais para o seu desenvolvimento e levá-las a adquirir a "qualidade Unesp".

Folha - Haverá concurso para novos docentes?
Ferreira -
Todos os recursos economizados no início de minha gestão deverão ser carreados para as carências da graduação. Uma delas, talvez a mais grave, é a diminuição sensível do número de docentes contratados em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP).

Folha - Como o senhor pretende gerir uma universidade que tem uma dívida de R$ 500 milhões?
Ferreira -
Os dois integrantes da chapa da situação dizem que o reitor Trindade fez uma má negociação da dívida com o Ipesp, pois isso deixou a Unesp sem recursos financeiros. Neste ponto, nós, da oposição, discordamos. Foi a Unesp quem fez sua dívida, deixando de recolher, e deve honrá-la.
Cremos que o reitor fez o certo ao negociar, pois, se não negociasse, a Unesp e o próprio reitor seriam passíveis de sofrerem graves processos.

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