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OS CANDIDATOS
Amilton Ferreira diz que curso que forma docente é negligenciado
Oposição priorizará licenciatura
DA REPORTAGEM LOCAL
O diretor do Instituto de Biologia do campus de Rio Claro,
Amilton Ferreira, 62, é o candidato de oposição.
Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha.
Folha - Como o sr. analisa a
atual reitoria?
Amilton Ferreira - A gestão da
Unesp que ora se encerra foi um
tanto tumultuada devido a dois
fatores principais: primeiro, o
isolacionismo entre a administração central e a comunidade;
segundo, a falta de transparência, sobretudo na questão orçamentária: não houve a necessária ponderação dos riscos que
determinadas ações orçamentárias implicavam, o que conduziu nossa universidade a sérios
problemas financeiros que enfrenta atualmente.
Folha - Como será o diálogo na
sua eventual gestão?
Ferreira - O gestor universitário é eleito por sua comunidade
e, por isso, tem de estar sempre
em sintonia com o pensamento
dela, simplesmente porque a comunidade sabe exatamente
quais os melhores caminhos a
seguir. O gestor da Unesp tem
de ter sempre em mente que,
sendo a Unesp constituída por
campus em diversos municípios do Estado, todas as suas
ações devem visar igualmente a
esses campi.
Folha - Haverá também corte de
pessoal?
Ferreira - Se eleito reitor, farei a
revisão total do número absurdo de assessores existentes na
atual administração central, em
primeiro lugar, porque são dispendiosos, em segundo, porque
a Unesp dispõe de funcionários
de carreira bastante capazes.
Folha - O sr. irá priorizar alguma área?
Ferreira - É preciso investir
bastante nas unidades que têm
licenciaturas, isto é, que formam professores, ultimamente
negligenciadas pelas administrações, e que recebem pouco
aporte das agências de fomento.
Folha - Haverá expansão no número de unidades diferenciadas?
Ferreira - É preciso, primeiro,
consolidar as unidades já existentes, garantir a constância do
fluxo de recursos oficiais para o
seu desenvolvimento e levá-las a
adquirir a "qualidade Unesp".
Folha - Haverá concurso para
novos docentes?
Ferreira - Todos os recursos
economizados no início de minha gestão deverão ser carreados para as carências da graduação. Uma delas, talvez a mais
grave, é a diminuição sensível
do número de docentes contratados em regime de dedicação
integral à docência e à pesquisa
(RDIDP).
Folha - Como o senhor pretende
gerir uma universidade que tem
uma dívida de R$ 500 milhões?
Ferreira - Os dois integrantes
da chapa da situação dizem que
o reitor Trindade fez uma má
negociação da dívida com o
Ipesp, pois isso deixou a Unesp
sem recursos financeiros. Neste
ponto, nós, da oposição, discordamos. Foi a Unesp quem fez
sua dívida, deixando de recolher, e deve honrá-la.
Cremos que o reitor fez o certo
ao negociar, pois, se não negociasse, a Unesp e o próprio reitor seriam passíveis de sofrerem
graves processos.
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