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Conselho de trânsito amplia uso de insulfilm
Vidro traseiro e laterais da parte de trás do carro podem ser mais escurecidos, passando de 50% de visibilidade para 28%
Norma do Contran prevê utilização de um novo aparelho de fiscalização, que mede o percentual de luminosidade dos vidros
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Nacional de
Trânsito mudou as regras para
utilização de películas em veículos -o insulfilm- e a forma
como são fiscalizadas.
A nova regra permite que o
vidro traseiro e os laterais traseiros sejam mais escurecidos
-passando de 50% de visibilidade para 28%.
Os vidros da frente continuam com o mesmo índice de
visibilidade -75% no pára-brisa e 70% nos vidros laterais do
motorista e do passageiro.
A revisão do índice de visibilidade se deu, segundo o Denatran (Departamento Nacional
de Trânsito), após pedido "da
sociedade", que reclamava de
segurança e de conforto no
banco de trás (por causa do sol).
A permissão de maior escurecimento não soluciona, porém, a questão da segurança do
motorista, segundo Orlando
Moreira da Silva, coordenador
de infra-estrutura de trânsito
do Denatran. "Resolve um pouco, sem dúvida. Mas, do vidro
dianteiro, o assaltante vê o banco traseiro. Não é a segurança
total que alguns pleiteiam, de
escurecer até o pára-brisa."
Silva disse ainda que não
houve mudança na visibilidade
dos vidros dianteiros porque
prejudicaria a visualização dos
retrovisores durante a noite.
Para utilizar os vidros escurecidos, o veículo precisa ter os
dois retrovisores externos. Isso
significa que os carros fabricados antes de 1999, quando era
obrigatório apenas o espelho
retrovisor externo do lado esquerdo, precisam se adaptar.
Para o especialista em trânsito e transporte José Bernardes
Felex, a alteração muda pouco
a dirigibilidade do veículo porque os motoristas não usam o
espelho retrovisor interno para
fazer manobras. "Se fosse 100%,
não tinha problema. Ou não teria [carros] furgão, baú", disse.
O presidente da ABPTRAN
(Associação Brasileira de Profissionais do Trânsito), Julyver
Modesto de Araújo, pensa diferente. Para ele, quanto menor
for a visibilidade do vidro traseiro, mais difícil é para dirigir.
Araújo, embora admita que a
película escurecida traga mais
conforto para ocupantes e ajude a preservar equipamentos,
disse ver com ressalvas o uso do
insulfilm. "O vidro não deve ser
muito escuro porque acaba
provocando um efeito inverso,
porque a pessoa pode estar sendo vítima de um seqüestro relâmpago e ninguém percebe."
Para o comandante do 34º
Batalhão da PM em São Paulo,
major Ricardo Fernandes de
Barros, a mudança não vai evitar os seqüestros ou roubos. Isso porque, diz ele, as vítimas
são escolhidas, na maioria das
vezes, no shopping, e não quando dirige. "O importante é a
pessoa pensar em medidas preventivas de segurança, mas não
pode ser só essa [insulfilm]."
Colaborou ROGÉRIO PAGNAN, da Reportagem Local
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