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Jovem reconhece suspeito de tê-la estuprado
Delegado diz que estudante que ficou 40 h dentro de buraco reconheceu por foto o acusado, que está foragido
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) já
tem um suspeito no caso do estupro da estudante de 18 anos
que foi obrigada pelo criminoso
a entrar em um buraco de cerca
de 40 cm de comprimento por
30 cm de largura, onde permaneceu por volta de 40 horas coberta por blocos de concreto
que a impediram de mover-se e
pedir socorro.
"Ela mesma reconheceu o
homem quando mostramos a
foto dele", diz o delegado Ivan
Moisés Elian.
Elian preferiu não adiantar
ainda como chegou ao suspeito
nem dar detalhes, como a qualificação dele, para não atrapalhar a investigação.
Disse apenas que ele trabalhou em um galpão na vizinhança do local do crime, mas
atualmente está desempregado
e sem moradia. A prisão do suspeito foi decretada.
"Entrevistamos gente que o
conhece e, pelo que ouvimos,
não é uma boa pessoa", diz o delegado. O suspeito tem passagens pela cadeia por roubo.
Crime
A jovem voltava da escola na
terça-feira, por volta das 23h,
quando foi abordada em uma
rua (a Tibúrcio de Souza) bastante movimentada, mas pouco
iluminada da cidade, por um
homem que ela definiu como
"alto, moreno, entre 40 e 45
anos, vestido de preto".
"Como não estava tendo aula
na escola, ela foi com uma prima e uma amiga que também
estudam ali até uma lan house,
para descarregar umas fotos",
conta a irmã da garota. Quando
acabaram, elas seguiram para a
escola da irmã da jovem, a cerca
de 1 km dali, onde a vítima ficou
cerca de meia hora conversando e foi para casa só.
Assim que a abordou, o estuprador amarrou as mãos da vítima, levou-a para perto do galpão onde funcionava uma fábrica e a seviciou, estuprou e,
por fim, a fez entrar no buraco.
A estudante foi encontrada
cerca de 40 h depois pelo caseiro do terreno, Anderson Santos, que ouviu a voz dela pedindo por socorro.
Pena rigorosa
Com hematomas no olho, no
corpo e um inchaço no pescoço,
onde o criminoso a teria ameaçado com uma faca, a jovem se
recupera no hospital Osires
Florindo Coelho.
A única pessoa que conversou com a garota depois do abuso sexual foi sua mãe.
"Ela disse que não iria chorar
e que não queria ver ninguém
chorando. Está tranqüila, não
ficou traumatizada... Pelo menos não quer ficar. Diz que vai
fazer o possível para esquecer",
diz a mãe. "Ela é muito reservada, nunca foi de sair, de freqüentar balada, nem tem
namorado."
A costureira acredita que sua
filha conseguiu sobreviver porque ficou inconsciente durante
boa parte do tempo em que
esteve no buraco. "Quando foi
resgatada, ela estava confusa
em relação às horas. Achava
que já tinham se passado uns
quatro dias."
A mãe da menina diz que não
quer vingança e, sim, justiça,
mas sugere uma pena rigorosa
para o autor do crime. "Um
sujeito que faz uma coisa dessas tem de ir para um buraco
pior do que o que ele jogou a
minha filha."
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