São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2008

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Jovem reconhece suspeito de tê-la estuprado

Delegado diz que estudante que ficou 40 h dentro de buraco reconheceu por foto o acusado, que está foragido

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo) já tem um suspeito no caso do estupro da estudante de 18 anos que foi obrigada pelo criminoso a entrar em um buraco de cerca de 40 cm de comprimento por 30 cm de largura, onde permaneceu por volta de 40 horas coberta por blocos de concreto que a impediram de mover-se e pedir socorro.
"Ela mesma reconheceu o homem quando mostramos a foto dele", diz o delegado Ivan Moisés Elian.
Elian preferiu não adiantar ainda como chegou ao suspeito nem dar detalhes, como a qualificação dele, para não atrapalhar a investigação.
Disse apenas que ele trabalhou em um galpão na vizinhança do local do crime, mas atualmente está desempregado e sem moradia. A prisão do suspeito foi decretada.
"Entrevistamos gente que o conhece e, pelo que ouvimos, não é uma boa pessoa", diz o delegado. O suspeito tem passagens pela cadeia por roubo.

Crime
A jovem voltava da escola na terça-feira, por volta das 23h, quando foi abordada em uma rua (a Tibúrcio de Souza) bastante movimentada, mas pouco iluminada da cidade, por um homem que ela definiu como "alto, moreno, entre 40 e 45 anos, vestido de preto".
"Como não estava tendo aula na escola, ela foi com uma prima e uma amiga que também estudam ali até uma lan house, para descarregar umas fotos", conta a irmã da garota. Quando acabaram, elas seguiram para a escola da irmã da jovem, a cerca de 1 km dali, onde a vítima ficou cerca de meia hora conversando e foi para casa só.
Assim que a abordou, o estuprador amarrou as mãos da vítima, levou-a para perto do galpão onde funcionava uma fábrica e a seviciou, estuprou e, por fim, a fez entrar no buraco.
A estudante foi encontrada cerca de 40 h depois pelo caseiro do terreno, Anderson Santos, que ouviu a voz dela pedindo por socorro.

Pena rigorosa
Com hematomas no olho, no corpo e um inchaço no pescoço, onde o criminoso a teria ameaçado com uma faca, a jovem se recupera no hospital Osires Florindo Coelho.
A única pessoa que conversou com a garota depois do abuso sexual foi sua mãe.
"Ela disse que não iria chorar e que não queria ver ninguém chorando. Está tranqüila, não ficou traumatizada... Pelo menos não quer ficar. Diz que vai fazer o possível para esquecer", diz a mãe. "Ela é muito reservada, nunca foi de sair, de freqüentar balada, nem tem namorado."
A costureira acredita que sua filha conseguiu sobreviver porque ficou inconsciente durante boa parte do tempo em que esteve no buraco. "Quando foi resgatada, ela estava confusa em relação às horas. Achava que já tinham se passado uns quatro dias."
A mãe da menina diz que não quer vingança e, sim, justiça, mas sugere uma pena rigorosa para o autor do crime. "Um sujeito que faz uma coisa dessas tem de ir para um buraco pior do que o que ele jogou a minha filha."


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