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AMÉLIA NEVES DE BRITO (1932-2008)
"Amélia de verdade, como na música"
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Chovia forte em São Paulo.
Osvaldo, manobrista da rua
Sete de Abril, no centro da
capital, brincou com o amigo: "Caso com a primeira
mulher que me pedir o guarda-chuva emprestado".
Em 25 de abril de 1959, casaram-se Osvaldo e Amélia.
Ela, cunhada do amigo da
brincadeira, apareceu naquele dia debaixo do aguaceiro, à procura de abrigo.
"Ela era uma princesa, bonita demais, o cabelinho cacheado, um corpão de violão.
Ele, muito metido, se apaixonou", lembra a filha Vania.
Mas Amélia Brito não era
de brincadeira. "Minha mãe
era uma mulher muito séria,
meio brava", garante a filha.
Durante o namoro, quando apareceram as primeiras
promessas de casamento, ele
disse que ia comprar um carro. "Não adianta você comprar um carro, não vou andar
com você. Quero uma casa",
rebateu Amélia.
"Pobre e metido, mas muito trabalhador", como diz a
filha, Osvaldo ergueu a casa
para a mulher em Santo
Amaro (zona sul), onde a família vive até hoje.
Nascida em Monte Alto
(SP), filha de portugueses, foi
caixa na finada Galeria Paulista de Moda, uma das mais
elegantes de São Paulo, nas
décadas de 50 e 60.
Um de seus orgulhos era
ter conhecido o presidente
Washington Luís.
"Amélia de verdade, como
na música", diz a filha, morreu no sábado, 13, em razão
de um câncer. Viúva, deixa
quatro filhos e dois netos.
obituario@grupofolha.com.br
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