São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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AMÉLIA NEVES DE BRITO (1932-2008)

"Amélia de verdade, como na música"

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Chovia forte em São Paulo. Osvaldo, manobrista da rua Sete de Abril, no centro da capital, brincou com o amigo: "Caso com a primeira mulher que me pedir o guarda-chuva emprestado". Em 25 de abril de 1959, casaram-se Osvaldo e Amélia. Ela, cunhada do amigo da brincadeira, apareceu naquele dia debaixo do aguaceiro, à procura de abrigo. "Ela era uma princesa, bonita demais, o cabelinho cacheado, um corpão de violão. Ele, muito metido, se apaixonou", lembra a filha Vania. Mas Amélia Brito não era de brincadeira. "Minha mãe era uma mulher muito séria, meio brava", garante a filha. Durante o namoro, quando apareceram as primeiras promessas de casamento, ele disse que ia comprar um carro. "Não adianta você comprar um carro, não vou andar com você. Quero uma casa", rebateu Amélia. "Pobre e metido, mas muito trabalhador", como diz a filha, Osvaldo ergueu a casa para a mulher em Santo Amaro (zona sul), onde a família vive até hoje. Nascida em Monte Alto (SP), filha de portugueses, foi caixa na finada Galeria Paulista de Moda, uma das mais elegantes de São Paulo, nas décadas de 50 e 60. Um de seus orgulhos era ter conhecido o presidente Washington Luís. "Amélia de verdade, como na música", diz a filha, morreu no sábado, 13, em razão de um câncer. Viúva, deixa quatro filhos e dois netos.

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