São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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Forças Armadas vão ajudar vítimas das enchentes no Rio

Estado tem 30 mil desalojados em razão das chuvas

ANDRÉ ZAHAR
DA SUCURSAL DO RIO

LUIZA BANDEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

Militares das três Forças Armadas foram mobilizados para reforçar o atendimento às vítimas de enchentes no Rio de Janeiro. Ontem, houve diminuição do nível dos rios que cortam as regiões norte e noroeste do Estado, as áreas mais castigadas, mas muitas regiões permanecem alagadas.
A Defesa Civil estima que haja pelo menos 30.036 desalojados e 2.155 desabrigados. Doze municípios continuam em estado de emergência.
Cardoso Moreira (a 330 km da capital fluminense) segue em estado de calamidade. Dos cerca de 12 mil habitantes, 10 mil foram afetados -eles tiveram que sair de casa, têm dificuldades para se deslocar ou sofrem com a falta d'água. Um hospital de campanha foi montado ontem na cidade com dois clínicos e um pediatra.
A Marinha anunciou ontem uma operação por tempo indeterminado. Foram cedidos dois helicópteros, dez embarcações e quatro caminhões para terrenos alagados. Eles serão utilizados para resgate de pessoas e transporte de material. O batalhão do Exército em Campos também está dando apoio às ações com carros e 50 militares. Ainda há 350 homens do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil mobilizados.
A FAB (Força Aérea Brasileira) levou ontem para o aeroporto de Campos 40 toneladas de alimentos recolhidos pela Defesa Civil. De lá os donativos foram distribuídos, por helicópteros, para outras cidades da região. O Ministério da Integração Nacional determinou no sábado a liberação de 230 toneladas de alimentos do estoque do ministério.
Os municípios afetados são Itaperuna, Porciúncula, Natividade, Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Cambuci, Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Italva, São Fidélis, Cardoso Moreira e Campos dos Goytacazes.

Cheias dos rios
Os principais transtornos foram causados pelas cheias dos rios Muriaé, Paraíba do Sul e Pomba, que recebem água da chuva em Minas Gerais e chegam ao Rio com um volume muito acima do normal.
Em Campos (a 286 km do Rio), um homem está desaparecido desde a noite de terça. Para reverter o afunilamento do rio Ururaí, cujo transbordamento deixou 10 mil desalojados e desabrigados, foram destruídos ontem dois diques construídos por fazendeiros e por pequenas comunidades.
Em Saturnino Braga, distrito de Campos, três crianças, duas de oito anos e uma de dez, morreram afogadas na tarde de sexta-feira em uma vala formada numa área escavada.


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