São Paulo, segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

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2º dia de atrasos nos vôos tem bate-boca entre Infraero e Gol

Empresa apontou defeito em equipamento de Cumbica; Infraero negou e acusou Gol por má utilização das esteiras de bagagem

Segundo a Infraero, até as 23h de ontem, 62% dos vôos atrasados no país eram da Gol e da Varig, que operam juntas desde outubro

OCIMARA BALMANT
DA REVISTA DA FOLHA

No segundo dia consecutivo de atrasos de vôos nos principais aeroportos do país, a Gol e a Infraero trocaram acusações sobre o motivo do problema.
Em nota, a Gol informou que "uma falha na conexão entre duas operadoras de telecomunicações" deixou inoperante o sistema de atendimento em alguns guichês no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo).
Segundo a empresa, "esta ocorrência, acrescida de um defeito nas esteiras de bagagens do terminal da Infraero, fez com que os primeiros vôos deste domingo saíssem com atraso de cerca de uma hora".
Horas mais tarde, a Infraero (estatal que administra os aeroportos), também em nota, negou problemas nas esteiras e culpou os funcionários da Gol pelo mau uso do equipamento.
Segundo a nota da Infraero, "a empresa sabe que existe um peso máximo permitido pelo fabricante das esteiras e, se não utilizadas de maneira correta, pode vir a acontecer uma paralisação momentânea". "A Infraero alerta para que a Gol reforce o treinamento de seus funcionários", conclui a nota.
No site, a estatal ainda relacionou, entre os fatos de ontem que fugiram da "rotina operacional", o fato de a Gol ter colocado um "número reduzido de funcionários" para operar "os balcões de check-in disponibilizados pela Infraero" nos aeroportos de Guarulhos, Galeão, Brasília e Porto Alegre.
Procurada, a Gol informou que não comentaria a nota nem a informação divulgada pelo site da Infraero.
Foi o primeiro final de semana da Operação Feliz 2009, lançada na última sexta-feira pelo Ministério da Defesa, para evitar caos nos aeroportos durante as festas de final de ano.
Ao assumir a presidência da Infraero, na sexta, Cleonilson Nicácio Silva disse que o caos aéreo é página virada e previu um fim de ano tranqüilo.

Atrasos
Pelo balanço das 23h da Infraero, 29% dos 1.701 vôos programados no país tiveram atrasos. Em Cumbica, os atrasos atingiam 33,7% dos 255 vôos. Em Congonhas, 28,3% dos vôos atrasaram, parte por conta da chuva que fez o aeroporto fechar por 45 minutos à tarde.
De 0h às 23h de ontem, 62,4% dos vôos atrasados no país eram da Gol e da Varig, que, desde outubro, operam como uma única companhia.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), na sexta-feira, a média de atrasos acima de 30 minutos nos vôos da Gol/Varig foi de 57%, ante 22% da média entre TAM, OceanAir e Webjet. No sábado, a Gol/Varig registrou atraso médio em 61% dos vôos, contra 31% das demais empresas. No domingo, até as 18h, foram 45% de atrasos na Gol/Varig e 15% nas outras companhias.
Em nota, a Anac informou que um representante esteve ontem no centro de controle de operações da Gol/Varig e identificou que, no sábado, a empresa ficou sem energia elétrica por conta de uma falha técnica no gerador, o que dificultou o check-in dos passageiros.

Caos em 2006
Às vésperas do Natal de 2006, os aeroportos do país tiveram dias de tumultos devido aos atrasos dos vôos.
Passageiros que ficaram retidos fizeram protestos e a polícia teve que ser acionada para evitar agressões aos funcionários das empresas aéreas.
Na época, a Anac suspendeu temporariamente as vendas de passagens pela TAM, até o embarque dos passageiros retidos, e o Planalto cedeu oito aviões da FAB.


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