São Paulo, terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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Medida encarece construções, diz engenheiro

DA REPORTAGEM LOCAL

A exigência da prefeitura para que 20% do terreno seja mantido permeável deverá elevar o custo das construções, já que o aproveitamento do espaço irá diminuir.
Para o engenheiro Milton Gattaz, dono de uma construtora, a medida vai restringir ainda mais as opções de terrenos na capital, que já são poucas. "Será preciso trabalhar com terrenos maiores. Restrições sempre prejudicam o setor", diz.
Segundo ele, o poder público está jogando o problema das enchentes para a iniciativa privada. "Trata-se de uma resposta política a um problema que já existe há 50 anos, algo para dar satisfação à população. Mas as enchentes não são culpa do [prefeito Gilberto] Kassab. Elas existem há muito mais tempo."

Baixo
O Código de Obras, legislação que dá diretrizes para a construção de novas edificações, exige que os terrenos mantenham 15% de área permeável. A nova restrição da Secretaria do Verde eleva em cinco pontos percentuais esse patamar quando houver supressão de vegetação.
"Mesmo sendo um número relativamente baixo, faz diferença, até porque obriga engenheiros e arquitetos a serem mais criativos", diz Nelson Kawakami, diretor-executivo do Green Building Council Brasil, organização que é referência em construção sustentável.

Refresco
De acordo com Kawakami, a exigência da prefeitura é benéfica também para reduzir as altas temperaturas da cidade. Zonas urbanas chegam a registrar temperaturas até três graus mais elevadas do que as áreas rurais. Mesmo dentro do município é possível notar essa diferença. A região do Horto Florestal, na zona norte, chega a medir dois graus a menos do que o centro paulistano.
Com as temperaturas mais amenas, a demanda por uso de equipamentos elétricos para combater o calor, como ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, também diminui, contribuindo para economizar energia.


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