São Paulo, terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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ROTA 101

Pedágio para cruzar país é menor que em SP

Motorista que for do RS ao RN gasta R$ 34,30 em 4.500 km; para ir de SP a Ribeirão Preto, custo é de R$ 41,70 em 313 km

Mais barata, BR-101 não tem a mesma qualidade da maioria das estradas paulistas sob administração da iniciativa privada

Fernando Donasci/Folha Imagem
Cágado no trecho da estrada em Mostardas (RS)

ALENCAR IZIDORO
FERNANDO DONASCI
ENVIADOS ESPECIAIS À BR-101

O motorista que atravessa a costa brasileira do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte paga menos pedágio do que quem percorre os 313 km da capital paulista a Ribeirão Preto.
Na viagem pela BR-101 (incluindo também outras rotas complementares do trajeto), os carros desembolsam hoje R$ 34,30 nos postos de cobrança para poder cruzar um trajeto litorâneo próximo de 4.500 km.
Já em São Paulo, a predominância de estradas concedidas à iniciativa privada motiva gastos com as tarifas de pedágio de R$ 41,70 até Ribeirão Preto (num percurso por Bandeirantes, Anhanguera e SP-255).
Se, por um lado, a diferença pesa no bolso do motorista, por outro, a BR-101 não tem a mesma qualidade da maioria das rodovias paulistas sob administração privada. E não há também socorro mecânico gratuito para quem enfrenta buracos de até três metros de largura no litoral gaúcho, por exemplo.
A Folha, que rodou a BR-101 de ponta a ponta nas últimas semanas, verificou que 20% do trajeto de São José do Norte (RS) a Touros (RN) apresentavam problemas relevantes no pavimento ou na sinalização às vésperas das férias, quando a rota, nos diversos Estados, é a mais utilizada para as praias.
Atualmente, menos de 15% da BR-101 está sob administração da iniciativa privada (em SC, RJ e num pequeno pedaço em SP, de Praia Grande a Santos, coincidente com uma estrada estadual). Mas há estudos do governo federal para a concessão da rodovia na Bahia e no Espírito Santo -onde deve haver novos pedágios.
Embora as partes da BR-101 com postos de cobrança tenham, na média, qualidade superior à das demais, a lógica nem sempre é verdadeira. Há trechos administrados pelo poder público, como em parte do litoral de SP, que estão com boa qualidade do pavimento e da sinalização; e há deficiências em pedaços sob gestão privada.
"Só tapar os buracos não adianta. O piso não está uniforme, trepida demais", diz Amaro Ribeiro Gomes, da associação comercial de Campos (RJ), sobre um pedaço da BR-101 no Rio, a cargo da Autopista Fluminense. Com alto índice de acidentes, ele tem asfalto irregular, com remendos. As obras de duplicação por lá foram antecipadas e começam em 2010.
Em Santa Catarina, os motoristas aproveitam as boas condições da pista onde ela é duplicada. Mas um caminhão de tecidos que tombou no dia 28 levou mais de 13 horas para ser removido, numa parte gerida pela Autopista Litoral Sul.
Além do bloqueio do acostamento, cones instalados devido ao acidente traziam prejuízos ao tráfego, com a interdição parcial de uma das faixas.
A OHL, responsável pelas duas concessionárias, informou que a carga era de alto valor, ficando a cargo da seguradora a retirada do veículo.
Sobre as deficiências no Rio, ela diz que já houve melhorias e redução de acidentes, mas que a recuperação completa deverá ocorrer até 2013.


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