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ROTA 101
Pedágio para cruzar país é menor que em SP
Motorista que for do RS ao RN gasta R$ 34,30 em 4.500 km; para ir de SP a Ribeirão Preto, custo é de R$ 41,70 em 313 km
Mais barata, BR-101 não tem a mesma qualidade
da maioria das estradas paulistas sob administração da iniciativa privada
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Cágado no trecho da estrada em Mostardas (RS)
ALENCAR IZIDORO
FERNANDO DONASCI
ENVIADOS ESPECIAIS À BR-101
O motorista que atravessa a
costa brasileira do Rio Grande
do Sul ao Rio Grande do Norte
paga menos pedágio do que
quem percorre os 313 km da capital paulista a Ribeirão Preto.
Na viagem pela BR-101 (incluindo também outras rotas
complementares do trajeto), os
carros desembolsam hoje R$
34,30 nos postos de cobrança
para poder cruzar um trajeto litorâneo próximo de 4.500 km.
Já em São Paulo, a predominância de estradas concedidas
à iniciativa privada motiva gastos com as tarifas de pedágio de
R$ 41,70 até Ribeirão Preto
(num percurso por Bandeirantes, Anhanguera e SP-255).
Se, por um lado, a diferença
pesa no bolso do motorista, por
outro, a BR-101 não tem a mesma qualidade da maioria das
rodovias paulistas sob administração privada. E não há também socorro mecânico gratuito
para quem enfrenta buracos de
até três metros de largura no litoral gaúcho, por exemplo.
A Folha, que rodou a BR-101
de ponta a ponta nas últimas
semanas, verificou que 20% do
trajeto de São José do Norte
(RS) a Touros (RN) apresentavam problemas relevantes no
pavimento ou na sinalização às
vésperas das férias, quando a
rota, nos diversos Estados, é a
mais utilizada para as praias.
Atualmente, menos de 15%
da BR-101 está sob administração da iniciativa privada (em
SC, RJ e num pequeno pedaço
em SP, de Praia Grande a Santos, coincidente com uma estrada estadual). Mas há estudos do governo federal para a
concessão da rodovia na Bahia
e no Espírito Santo -onde deve haver novos pedágios.
Embora as partes da BR-101
com postos de cobrança tenham, na média, qualidade superior à das demais, a lógica
nem sempre é verdadeira. Há
trechos administrados pelo poder público, como em parte do
litoral de SP, que estão com boa
qualidade do pavimento e da
sinalização; e há deficiências
em pedaços sob gestão privada.
"Só tapar os buracos não
adianta. O piso não está uniforme, trepida demais", diz Amaro Ribeiro Gomes, da associação comercial de Campos (RJ),
sobre um pedaço da BR-101 no
Rio, a cargo da Autopista Fluminense. Com alto índice de
acidentes, ele tem asfalto irregular, com remendos. As obras
de duplicação por lá foram antecipadas e começam em 2010.
Em Santa Catarina, os motoristas aproveitam as boas condições da pista onde ela é duplicada. Mas um caminhão de tecidos que tombou no dia 28 levou mais de 13 horas para ser
removido, numa parte gerida
pela Autopista Litoral Sul.
Além do bloqueio do acostamento, cones instalados devido
ao acidente traziam prejuízos
ao tráfego, com a interdição
parcial de uma das faixas.
A OHL, responsável pelas
duas concessionárias, informou que a carga era de alto valor, ficando a cargo da seguradora a retirada do veículo.
Sobre as deficiências no Rio,
ela diz que já houve melhorias
e redução de acidentes, mas
que a recuperação completa
deverá ocorrer até 2013.
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