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Após 14 dias, água baixa no Jardim Pantanal
Drenagem da área alagada começou só no domingo
AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 14 dias de alagamento, a
água baixou nas casas e ruas do
Jardim Romano, que fica na região da zona leste de SP conhecida como Jardim Pantanal.
As vias que estavam em situação mais crítica tiveram o
restante da água retirado no final da tarde de ontem pela Sabesp (companhia estadual de
saneamento), que desde domingo bombeava a água com
esgoto e despejava todo o material na várzea do rio Tietê, perto
do CEU Três Pontes.
Agora, a prefeitura promete
limpar as ruas. A Sabesp informou que manterá caminhões
com bombas de drenagem no
local, caso volte a chover.
Segundo o engenheiro da Sabesp Emerson José dos Santos,
a decisão de fazer o bombeamento foi tomada depois que o
nível da água da várzea diminuiu. "Antes, a água que estava
na várzea se encontrava no
mesmo nível da rua. Agora que
ela baixou, podemos tirar a
água e despejar na várzea", disse Santos, explicando o motivo
de isso não ter sido feito antes.
De acordo com o engenheiro
da Sabesp, depois de retirar toda a água, o entulho da rua terá
de ser levado para um aterro, e
as galerias de esgoto deverão
ser limpas.
À tarde, nos locais onde não
havia água, era grande a quantidade de entulho. Em um deles
havia ao menos três ratos mortos. Em uma casa, os bombeiros
encontraram uma enguia.
"Depois dizem que não sabem por que tem tanta gente
passando mal", disse o vendedor Neuto Ramos, 33. Até ontem, dez pessoas tinham apresentado sintomas de leptospirose na região -um garoto de
seis anos morreu.
Parte dos moradores dizia
estar incrédula quanto à efetividade da ação. "Não adianta
jogar na várzea do rio. Se chover, vai inundar tudo de novo",
disse o aposentado Mário Camilo, 57, que perdeu um sofá e
uma geladeira com a chuva.
Até ontem, 500 pessoas tinham aceitado a bolsa-aluguel
de R$ 300 da prefeitura.
Espera
O garoto Isac de Souza Lima,
6, foi liberado por um médico
da AMA (Assistência Médica
Ambulatorial) Jardim Romano
31 horas antes de morrer anteontem no hospital Santa
Marcelina com suspeita de leptospirose. Segundo Cássio de
Lima, 29, pai de Isac, no sábado
o médico Saulo Pansiere receitou remédios para dor e vômito
para o menino e recomendou
que ele voltasse em três dias.
A coordenadora de Atenção
Básica da Secretaria Municipal
da Saúde, Edjane Torreão, disse que Isac foi atendido adequadamente e mandado para
casa por não ser caso de internação. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que a morte do garoto "é lamentável".
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