São Paulo, terça-feira, 22 de dezembro de 2009

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Após 14 dias, água baixa no Jardim Pantanal

Drenagem da área alagada começou só no domingo

AFONSO BENITES
DA REPORTAGEM LOCAL

Após 14 dias de alagamento, a água baixou nas casas e ruas do Jardim Romano, que fica na região da zona leste de SP conhecida como Jardim Pantanal.
As vias que estavam em situação mais crítica tiveram o restante da água retirado no final da tarde de ontem pela Sabesp (companhia estadual de saneamento), que desde domingo bombeava a água com esgoto e despejava todo o material na várzea do rio Tietê, perto do CEU Três Pontes.
Agora, a prefeitura promete limpar as ruas. A Sabesp informou que manterá caminhões com bombas de drenagem no local, caso volte a chover.
Segundo o engenheiro da Sabesp Emerson José dos Santos, a decisão de fazer o bombeamento foi tomada depois que o nível da água da várzea diminuiu. "Antes, a água que estava na várzea se encontrava no mesmo nível da rua. Agora que ela baixou, podemos tirar a água e despejar na várzea", disse Santos, explicando o motivo de isso não ter sido feito antes.
De acordo com o engenheiro da Sabesp, depois de retirar toda a água, o entulho da rua terá de ser levado para um aterro, e as galerias de esgoto deverão ser limpas.
À tarde, nos locais onde não havia água, era grande a quantidade de entulho. Em um deles havia ao menos três ratos mortos. Em uma casa, os bombeiros encontraram uma enguia.
"Depois dizem que não sabem por que tem tanta gente passando mal", disse o vendedor Neuto Ramos, 33. Até ontem, dez pessoas tinham apresentado sintomas de leptospirose na região -um garoto de seis anos morreu.
Parte dos moradores dizia estar incrédula quanto à efetividade da ação. "Não adianta jogar na várzea do rio. Se chover, vai inundar tudo de novo", disse o aposentado Mário Camilo, 57, que perdeu um sofá e uma geladeira com a chuva.
Até ontem, 500 pessoas tinham aceitado a bolsa-aluguel de R$ 300 da prefeitura.

Espera
O garoto Isac de Souza Lima, 6, foi liberado por um médico da AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Jardim Romano 31 horas antes de morrer anteontem no hospital Santa Marcelina com suspeita de leptospirose. Segundo Cássio de Lima, 29, pai de Isac, no sábado o médico Saulo Pansiere receitou remédios para dor e vômito para o menino e recomendou que ele voltasse em três dias.
A coordenadora de Atenção Básica da Secretaria Municipal da Saúde, Edjane Torreão, disse que Isac foi atendido adequadamente e mandado para casa por não ser caso de internação. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) afirmou que a morte do garoto "é lamentável".


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