São Paulo, quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

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ANTONIO MIGUEL HUERTAS CANTERAS (1946-2010)

Uma paixão tardia por lecionar

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A aposentadoria, no início desta década, deu a Antonio Miguel Huertas Canteras a oportunidade de descobrir uma nova paixão: dar aulas.
Nos últimos anos, ele foi professor de administração de marketing no MBA da FGV (Fundação Getulio Vargas).
De uma família de origem espanhola, Antonio nasceu no Brás, centro de São Paulo. O avô criou a primeira padaria do bairro, a Flor de Maio, e o pai teve um ferro velho.
Começou ajudando o pai no negócio. Depois, fez curso técnico de química e acabou entrando na faculdade de administração de empresas.
Formou-se nos anos 60. Na Santista Têxtil, de onde só saiu após 20 anos, chegou a ser diretor de marketing.
Trabalhou ainda como consultor e foi dar aulas. Em 2005, já como professor, fez mestrado em Portugal. Muitos o questionavam sobre o motivo de, aos 59 anos, ainda estudar. "A resposta, para mim, é bastante óbvia: o saber não tem idade", dizia.
Segundo a família, Antonio teve mais de 6.000 alunos. Leitor voraz, tinha em sua biblioteca quase 2.000 obras de administração.
Já havia resistido anteriormente a um câncer na bexiga e outro no olho e a duas idas, neste ano, à UTI, por problemas cardíacos que lhe causaram edemas pulmonares.
Na sexta, viajou para Bauru (SP), onde daria aula. Lá, sofreu um acidente vascular cerebral, que o colocou em coma. Morreu na quinta, aos 64, deixando mulher, Jacira, que conhecia desde os 15 anos, o filho, Maurício, jornalista, e a neta, Caroline.
A missa do sétimo dia será hoje, às 19h, na igreja São Rafael, na Mooca, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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